sábado, 2 de outubro de 2010

Uso de células-tronco contra silicose é seguro em humanos


A primeira terapia com células-tronco para tratamento da silicose -inflamação pulmonar sem cura causada pela inalação de pó de sílica- é brasileira e acaba de ter sua segurança comprovada.

Pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) desenvolveram a técnica, pioneira no mundo, e apresentaram neste dia 02 de Outubro os primeiros resultados no 5º Congresso Brasileiro de Células Tronco, em Gramado (RS).

“A fase um (que comprova a segurança do estudo) está quase terminando e já conseguiram provar que o método é extremamente seguro para os pacientes”, disse à Folha Marcelo Morales, professor da UFRJ e um dos coordenadores do projeto.

Cinco voluntários participaram do experimento, que usa células-tronco retiradas da medula óssea dos próprios pacientes. Cada um recebeu apenas uma dose do material, que é injetado diretamente no pulmão através de uma broncoscopia --espécie de endoscopia pulmonar que permite acessar diretamente as vias respiratórias.

O uso da broncoscopia nesse tipo de terapia, de acordo com o cientista, também é inédito no mundo.

"Uma dose é suficiente para conter o avanço da inflamação durante certo período. A pesquisa mostrou que são necessárias várias delas para o tratamento contínuo e eficaz da silicose", afirmou o professor.

Segundo Morales, a quantidade de pacientes ainda é muito pequena para confirmar os efeitos do tratamento, mas já há indícios de que os resultados sejam positivos. O tratamento, porém, não tem previsão de chegar ao mercado nos próximos anos.

Experimentos com animais em laboratório mostraram que a terapia com células-tronco conteve o avanço da inflamação pulmonar e aumentou significativamente a capacidade respiratória e a sobrevida das cobaias.

A UFRJ também investiga o uso de células-tronco em outras doenças pulmonares. A equipe já teve resultados positivos no tratamento de enfisema, asma e síndrome do desconforto respiratório. 


Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/808392-uso-de-celulas-tronco-contra-silicose-e-seguro-em-humanos.shtml

Fósseis de vírus revelam infecção de milhões de anos


Rastro genético do vírus está oculto no genoma dos pássaros modernos.

Vírus são organismos que podem se adaptar rapidamente para ultrapassar as barreiras à infecção. Pesquisas recentes têm encontrado vestígios antigos de alguns vírus no genoma de determinados animais.

Um novo estudo descreve a evidência de um hepadnavírus (grupo de vírus que inclui hepatite B, que infecta os seres humanos, bem como outros mamíferos e algumas aves) oculto no genoma dos pássaros modernos. Os pesquisadores responsáveis pelo novo trabalho dizem que a estimativa pode ser de pelo menos 19 milhões de anos.

Esses fósseis, chamados virais, não são relíquias mineralizadas, mas sim pedaços de códigos genéticos lidos ao longo do genoma de um organismo hospedeiro. Um estudo realizado em julho descreve dezenas de exemplos de códigos virais no genoma dos vertebrados, muitos dos quais provavelmente existiram há cerca de 40 milhões de anos.

Os pesquisadores podem quebrar a cabeça com os ossos fossilizados e discutir indefinidamente sobre se um hominídeo caminhava ereto ou não. Mas com o material genético de um vírus extinto na frente deles, eles podem recriá-lo em laboratório. O processo (feito em um cenário altamente protegido) poderá, eventualmente, revelar como essas “máquinas” foram capazes de sobreviver e prosperar com essas inserções.

Texto adapatado de: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/fosseis_de_virus_revelam_infeccao_de_milhoes_de_anos.html