A
primeira terapia com células-tronco para tratamento da silicose -inflamação
pulmonar sem cura causada pela inalação de pó de sílica- é brasileira e acaba
de ter sua segurança comprovada.
Pesquisadores da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro) desenvolveram a técnica, pioneira no
mundo, e apresentaram neste dia 02 de Outubro os primeiros resultados no 5º
Congresso Brasileiro de Células Tronco, em Gramado (RS).
“A fase um (que
comprova a segurança do estudo) está quase terminando e já conseguiram provar
que o método é extremamente seguro para os pacientes”, disse à Folha Marcelo
Morales, professor da UFRJ e um dos coordenadores do projeto.
Cinco voluntários participaram do experimento,
que usa células-tronco retiradas da medula óssea dos próprios pacientes. Cada
um recebeu apenas uma dose do material, que é injetado diretamente no pulmão
através de uma broncoscopia --espécie de endoscopia pulmonar que permite
acessar diretamente as vias respiratórias.
O uso da broncoscopia nesse tipo de terapia, de
acordo com o cientista, também é inédito no mundo.
"Uma dose é suficiente para conter o avanço
da inflamação durante certo período. A pesquisa mostrou que são necessárias
várias delas para o tratamento contínuo e eficaz da silicose", afirmou o
professor.
Segundo Morales, a quantidade de pacientes ainda
é muito pequena para confirmar os efeitos do tratamento, mas já há indícios de
que os resultados sejam positivos. O tratamento, porém, não tem previsão de
chegar ao mercado nos próximos anos.
Experimentos com animais em laboratório mostraram
que a terapia com células-tronco conteve o avanço da inflamação pulmonar e
aumentou significativamente a capacidade respiratória e a sobrevida das
cobaias.
A UFRJ também investiga o uso de células-tronco
em outras doenças pulmonares. A equipe já teve resultados positivos no
tratamento de enfisema, asma e síndrome
do desconforto respiratório.
Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/808392-uso-de-celulas-tronco-contra-silicose-e-seguro-em-humanos.shtml