quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Núcleo da Terra gira mais devagar do que se pensava até agora

Um grupo de geofísicos descobriu que o núcleo da Terra gira mais devagar do que se acreditava previamente, afetando o campo magnético, indica um artigo publicado na revista "Nature Geoscience".
O estudo desenvolvido pelo Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Cambridge (Reino Unido) detalha que o núcleo do planeta se move mais lentamente do que o grau anual anteriormente considerado, e a velocidade de rotação é inferior a um grau a cada um milhão de anos.
O núcleo interno da Terra cresce mais devagar na medida em que o fluido externo vai se solidificando sobre a superfície do núcleo externo, afirma a pesquisa de Lauren Waszek, e a diferença na velocidade hemisférica leste-oeste deste processo fica congelada na estrutura do núcleo interno.
"Descobrimos que a velocidade de rotação provém da evolução da estrutura hemisférica, e assim demonstramos que os hemisférios e a rotação são compatíveis", explica Waszek.
Até agora, assinalou a cientista, este era um importante problema para a geofísica. "As rápidas velocidades de rotação eram incompatíveis com os hemisférios observados no núcleo interno, não permitiam tempo suficiente para que as diferenças congelassem a estrutura."
Para obter estes resultados, os cientistas utilizaram ondas sísmicas que cruzaram o núcleo interno, 5.200 quilômetros abaixo da superfície da Terra, e as compararam com o tempo de viagem das ondas refletidas na superfície do núcleo.
Posteriormente, observaram as diferenças na rotação dos hemisférios leste e oeste, e comprovaram que giram de maneira consistente em direção a leste e para dentro, por isso que a estrutura mais profunda é a mais velha.
A descoberta é importante porque o calor produzido durante a solidificação e o crescimento do núcleo interno dirige a convecção do fluido nas camadas externas do núcleo.
Os fluxos de calor são os que encontram os campos magnéticos, que protegem a superfície terrestre da radiação solar e sem os quais não haveria vida na Terra.
Waszek disse sobre os resultados: "Eles presentam uma perspectiva adicional para compreender a evolução do nosso campo magnético."


Cientistas acham "dinossauro chutador"

Cientistas britânicos e americanos anunciaram ter descoberto uma nova espécie de dinossauro --batizada de Brontomerus mcintoshi.
O nome em latim significa "coxas de trovão" e é uma homenagem às pernas traseiras, capazes de disparar chutes fortes.
Os ossos do Brontomerus foram descobertos na década de 90 em Utah, nos Estados Unidos.
Eles estavam numa pedreira e tinham sido vandalizados por comerciantes de fósseis do mercado negro, provavelmente por pensarem que não tinham valor comercial.
Pesquisadores do museu de História Natural de Oklahoma ficaram com os ossos até que em 2007, o professor Mike Taylor, da University College London, no Reino Unido, decidiu examiná-los mais detalhadamente.
O estudioso afirma que a parte superior do osso do quadril é muito maior que o de outros saurópodes. Segundo ele, isso o levou a deduzir que ele teria muitos músculos até em cima.
Brontomerus então teria coxas muito fortes, musculosas e capazes de disparar chutes. Por isso, o Taylor acredita que inicialmente, os coices teriam sido usados para disputar a atenção de fêmeas, possivelmente evoluindo para defesa.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Concurso na internet batiza perigosa espécie de água-viva


O corpo em forma de cubo translúcido é elegante, os tentáculos com listras alaranjadas chamam a atenção. Mas não é nada aconselhável se aproximar da água-viva Tamoya ohboya, que acaba de receber oficialmente seu nome científico.
Dois dos "padrinhos" são os biólogos brasileiros Antonio Marques e André Morandini, do Departamento de Zoologia da USP.
O corpo em forma de cubo translúcido é elegante, os tentáculos com listras alaranjadas chamam a atenção. Mas não é nada aconselhável se aproximar da água-viva Tamoya ohboya, que acaba de receber oficialmente seu nome científico.
Dois dos "padrinhos" são os biólogos brasileiros Antonio Marques e André Morandini, do Departamento de Zoologia da USP.

PARA O POVO
Para isso, a equipe convidou as pessoas a sugerirem nomes científicos para o invertebrado marinho no site "Ano da Ciência de 2009", nesse ano.
Os internautas submeteram mais de 300 nomes ao site, reduzidos pelos cientistas para uma lista dos sete mais interessantes, que então passaram pelo crivo de uma votação na internet.
"O nome que ganhou eu particularmente não apreciei, mas tinha de aceitar, né?", brinca Marques.
Como o nome do gênero do bicho, o Tamoya, já era conhecido (há outra medusa do gênero, a T. haplonema, na costa do Brasil), a escolha foi só para o nome da espécie.
O vencedor foi ohboya, de "Oh boy!" (algo como "Ih, rapaz!"), exclamação ligada tanto à beleza quanto ao perigo representado pelo animal. "Para mim soa excessivamente gringo", diz o biólogo.
T. ohboya é relativamente rara e parece ser uma criatura solitária, de hábitos diurnos, embora haja incerteza sobre seu estilo de vida.
Ela se diferencia de seus parentes próximos pelas faixas castanhas e alaranjadas nos tentáculos e pela estrutura de seus nematocistos, o órgão responsável pela "picada". "É a seringa da medusa", compara Marques.


Imagem detalhada de vírus HIV ganha concurso científico

Um modelo em 3-D do vírus HIV, responsável pela Aids, é uma das imagens vencedoras -- ficou em primeiro lugar na categoria Ilustração-- do concurso organizado por dois nomes conceituados ligados à ciência, a revista "Science" e a NSF (National Science Foundation).

As plataformas aceitas para concorrer ao concurso 2010 International Science and Engineering Visualization Challenge incluíram fotografias, gráficos, ilustrações e vídeos que retratassem a ciência como uma forma de arte.
Além do vírus HIV, foram selecionados trabalhos que retratam uma camada formada por moléculas, um tricoma foliar que existe em tomates e a aplicação da nanotecnologia.
A edição da "Science" desta sexta-feira apresenta reportagem completa sobre os melhores trabalhos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Imagens reforçam tese de que cobras tinham patas no passado

Imagens tridimensionais de raios-X ultranítidas de um fóssil de 95 milhões de anos, encontrado no Líbano, lançaram luz sobre como as cobras evoluíram de lagartos com patas, anunciaram cientistas em um estudo publicado no "Jornal de Paleontologia de Vertebrados", na quarta-feira.

O fóssil de Eupodophis desouensi, medindo 50 centímetros, revela uma pequena pata posterior presa à pélvis do animal. Ela estava enterrada debaixo de seu corpo e só se tornou visível graças à nova técnica.

A descoberta reforça teorias segundo as quais as cobras teriam evoluído dos lagartos, até que finalmente perderam os membros totalmente, após terem sido bem-sucedidas em habitats onde rastejar ou deslizar lhes deu uma vantagem.

As novas imagens mostram que o E. desouensi, neste momento do período Cretáceo, estava no meio do caminho desta mudança.

A pata residual aparece dobrada em sua articulação, com vestígios de ossos do pé ou de dedos. 

 A imagem foi obtida mediante uma técnica denominada laminografia de síncrotron, que usa raios X de alta resolução para sondar abaixo da superfície e identificar detalhes de até alguns milionésimos de metros de comprimento.

Foi feita uma rotação de 360 graus no fóssil enquanto este foi escaneado, o que forneceu uma imagem tridimensional similar à popular tomografia computadorizada empregada em hospitais.

O E. desouensi foi descoberto há dez anos e causou comoção na época porque uma pequena pata traseira com apenas dois centímetros de comprimento foi encontrada na superfície do fóssil. Especialistas ponderaram, durante muito tempo, se uma segunda pata traseira poderia ser vista.

Não há vestígios de patas dianteiras, o que indica que estes membros já tinham sido eliminados, sob pressão da evolução.
Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Novas rãs são encontradas em Madagáscar; veja fotos


Fotos de novas espécies de rãs que vivem em Madagáscar foram divulgadas nesta terça-feira pela Universidade Técnica de Brunswick (Alemanha).
A descoberta é do especialista em anfíbios Miguel Vences que, com outro colega, tem um histórico de ter encontrado uma centena de novos tipos.
A universidade divulgou duas fotos. A da rã da espécie Boophis sandrae e de outra da Boophis Tsilomaro
Rã da espécie "Boophis sandrae"

Rã da espécie "Boophis Tsilomaro"