segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Paleontólogos acham pequeno dino chifrudo na Coreia do Sul

O fóssil de um novo tipo de dinossauro minúsculo, com pequenos chifres, foi encontrado na Coreia do Sul. É o primeiro desse tipo na área, onde tais descobertas são raras, segundo cientistas. O animal foi batizado com o nome latino de Koreaceratops hwaseongensis

O achado está ajudando pesquisadores a resolver o mistério de como dinossauros com chifres evoluíram de pequenas criaturas da Ásia para grandes dinossauros, como os Triceratops, que andavam pela América do Norte. 

"Fósseis de dinossauros não têm sido facilmente encontrados nessa região, embora evidências de ovos e pegadas de dinossauros ocorram mais frequentemente", disse Michael Ryan, curador e diretor de paleontologia de vertebrados no Museu de História Natural de Cleveland e coautor da pesquisa. Segundo ele, a espécie é significativa porque preenche um intervalo de 20 milhões de anos entre a origem desses dinossauros na Ásia e sua primeira aparição na América do Norte. 

Cientistas da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e do Japão acreditam que o animal tenha vivido há cerca de 103 milhões de anos atrás. O Koreaceratops tinha cerca de 1,67 m de altura e pesava entre 27 kg e 45 kg. A espécie era bem menor do que o gigante Triceratops, que perambulava pela América do Norte e pesava 5,9 toneladas. 

A criatura tinha um bico similar ao de um papagaio em uma mandíbula com muitos dentes. O animal também possuía uma cauda longa que pode tê-lo ajudado a nadar. "Eles podem ter usado a cauda também para reconhecimento de espécies ou seleção sexual", acrescentou Ryan. 

Segundo Ryan, os animais chegaram da América do Norte à Ásia através de uma longa e lenta caminhada.

 Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

sábado, 4 de dezembro de 2010

Descoberta de bactéria sugere que base da vida pode ser variável Universo afora


 Entre tantas cenas memoráveis de "ET - O Extraterrestre", do velho Spielberg, há uma que comove os corações mais nerds: descobre-se que o pequeno alienígena tem DNA, mas com seis "letras" químicas, em vez de quatro, como ocorre na Terra.

A descoberta anunciada na quinta-feira pela Nasa talvez seja ainda mais radical que a do filme. Não é todo dia que um elemento químico antes barrado no seleto grupo de átomos cruciais para a vida acaba passando no teste --caso do "venenoso" arsênio. 


e fato, as implicações disso têm um quê de ficção científica --uma das especulações mais comuns entre os autores do ramo é que certos ETs tenham silício no lugar de carbono em suas moléculas. A grande questão é saber se a química da vida é contingente ou necessária.

Em termos menos filosóficos: se o DNA, as proteínas e outras moléculas biológicas são do jeito que são por causa da maneira particular, casual, pela qual a vida evoluiu por aqui ou se as características delas são essenciais para qualquer ser vivo, em qualquer canto do Universo.

No segundo caso, achar vida fora da Terra depende essencialmente de achar outras "Terras" pelo Cosmos. A lenga-lenga de sempre: planetas com água no estado líquido, atmosferas relativamente espessas, rochosos etc. Mas a bactéria do lago Mono pode indicar um Universo bem mais fértil do que se poderia esperar.

Afinal, se a química da vida terráquea é versátil a ponto de trocar um átomo dito essencial por um "primo" na tabela periódica, deixa de ser absurdo cogitar que outras situações como essa estejam acontecendo dentro ou fora do Sistema Solar.

Que tais coisas aconteçam neste planeta é um tributo a outra frase de Spielberg, em "Parque dos Dinossauros": "Life finds a way" ("a vida dá um jeito").

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

sábado, 27 de novembro de 2010

Listras de Júpiter desaparecidas estão voltando, diz agência espacial americana

Novas imagens da Nasa (agência espacial norte-americana) mostram que uma das listras de Júpiter que havia desaparecido no início do ano dá sinais de que está voltando. As observações vão ajudar cientistas a entender melhor a interação entre os ventos de Júpiter e a química das nuvens. 

No começo do ano, astrônomos amadores notaram que uma longa listra de cor marrom escura --conhecida como Cinturão Equatorial Sul (SEB, na sigla em inglês) e localizada ao sul de Júpiter-- havia se tornado branca. 

No início deste mês, o astronomo amador Christopher Go das Filipinas achou um ponto brilhante na área branca que antes era escura. Esse fenômeno atraiu o interesse de cientistas do Laboratório de Jato de Propulsão (JPL) da Nasa. 

Depois de muitas observaçoes feitas no Hawaí, os cientistas agora acreditam que a área escura está reaparecendo. 

"A razão pela qual Júpiter parece ter perdido essa faixa, se camuflando entre as áreas de faixas brancas que ficam em volta, é que os costumeiros ventos decantados que são secos e mantêm a região sem nuvens cessaram", disse Glenn Orton, cientista da JPL. 

"Uma das coisas que estávamos procurando através do infravermelho era uma evidência de que o material escuro emergindo ao lado do ponto brilhante era realmente o começo da 'limpeza' na camada de nuvens, e foi exatamente isso que vimos", completou. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

sábado, 20 de novembro de 2010

Cão pode ser chave para entender distrofia muscular, revela estudo da USP

"Não é possível, esse cachorro não tem nada! Olha como ele corre", espantou-se Anderson Oliveira, 14, ao conhecer Ringo, um golden retriever de sete anos.

O cachorro tem distrofia muscular, mesma doença degenerativa que tirou os movimentos do jovem. Contrariando todos os padrões de evolução da moléstia, o animal não tem problemas para se movimentar.

Testes em laboratório revelaram que ele é capaz de pular, correr e andar quase tão bem quanto um animal sem distrofia muscular.

Para os cientistas, essa é a primeira vez que um cão com total ausência de distrofina --proteína que contribui para a firmeza das fibras musculares e cuja ausência causa a distrofia-- consegue manter atividades físicas em níveis tão intensos.

Por conta disso, um time de pesquisadores da USP agora esquadrinha cada detalhe de seu DNA, em busca de uma pista do que poderia estar provocando a resistência aos efeitos da doença.

Também estudando cães, a mesma equipe acaba de testar com sucesso o uso de células-tronco para fortalecer os músculos afetados pela distrofia. Nesse aspecto, os bichos também são cruciais.

"A distrofia dos cachorros é causada por um defeito no mesmo gene que causa a distrofia de Duchenne [tipo mais comum e mais grave da doença] em seres humanos. Se nós formos capazes de curar esses animais, então nós também curaremos os meninos", disse à Folha a geneticista Mayana Zatz.

A cientista dirige o Centro de Estudos do Genoma Humano, que realiza o mapeamento genético de Ringo.
Ele e outros 16 golden retrievers fazem parte do projeto Genocão, um canil na USP onde efeitos e tratamentos da distrofia são estudados.

Conhecida como GRMD (sigla para distrofia muscular do golden retriever, em inglês), a doença é relativamente comum nessa raça.

Ela é provocada por um defeito num gene do cromossomo X, assim como a distrofia dos seres humanos.
Cientistas veem indícios de que o "segredo" de Ringo também possa estar ligado a uma alteração nesse cromossomo. Isso porque o cachorro conseguiu passar adiante essa "proteção" para pelo menos um de seus filhotes.


A singularidade de Ringo fez com que ele virasse uma espécie de celebridade entre os geneticistas do mundo todo. A história já foi abordada em diversos congressos e apresentada em periódicos científicos internacionais.

Apesar da aura promissora, os pesquisadores daqui também pedem cautela quanto ao resultados dos estudos com o animal.

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Astrônomos da Alemanha encontram planeta vindo de outra galáxia

Nem mesmo a Via Láctea está livre dos penetras. Astrônomos europeus acabam de encontrar um planeta vindo de outra galáxia bem na nossa vizinhança cósmica. 

Embora a "pancadaria" sideral, com direito a colisões e até fusões entre várias galáxias, não seja novidade para os cientistas, essa foi a primeira vez que eles encontraram um planeta que tenha sobrevivido a tais pancadas. 

Batizado de HIP 13044 b, o objeto foi detectado com o auxílio de um supertelescópio no Chile. O intruso fica a cerca de 2.000 anos-luz da Terra e é um gigante. Tem pelo menos 1,25 vez o tamanho de Júpiter, que é o maior planeta do Sistema Solar. 

Mas como os autores do estudo, que sairá em edição futura da revista "Science", sabem que o planeta não é "nativo" da Via Láctea? Eles chegaram a essa conclusão baseados na estrela que ele orbita: a HIP 13044. 

O astro fica em uma região distante da Via Láctea conhecida como corrente Helmi. Nesse local, as estrelas têm parâmetros orbitais bem particulares, que são diferentes dos da maioria das outras estrelas na vizinhança do Sol. 

Para os pesquisadores, isso indica que elas faziam parte de uma galáxia que foi engolida pela Via Láctea entre cerca de 6 bilhões e 9 bilhões de anos atrás. 


Na opinião dos cientistas, é uma surpresa das grandes que o planeta tenha sobrevivido à fase de expansão de sua estrela, uma gigante vermelha -estágio em que certas estrelas muito antigas ficam "inchadas", quando seu combustível nuclear começa a se tornar escasso. 

"A descoberta é intrigante se considerarmos o futuro distante do nosso próprio Sistema Solar, em que esperamos que o Sol também se torne uma gigante vermelha daqui a 5 bilhões de anos", disse Johny Setiawan, um dos autores do trabalho, do Instituto Max Planck de Astronomia (Alemanha). 

O fato de a HIP 13044 ser pobre em metais --com apenas 1% do que existe no nosso Sol, por exemplo-- pode provocar uma reviravolta nas principais teorias de desenvolvimento planetário. 

De acordo com elas, existe uma relação direta entre a composição química das estrelas e a quantidade de planetas em seu entorno. 

Nesse caso, quanto mais metais existirem na estrela, mais "filhotes" planetários ela acabaria tendo.
Nos últimos 20 anos, os pesquisadores investiram pesado na descoberta de planetas fora do Sistema Solar --hoje, são mais de 500. Nenhum, porém, orbitava uma estrela com tão pouco metal. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Experimento liga forma de autismo a DNA saltador

Os trechos de DNA apelidados pelos cientistas de "genes saltadores" -- capazes de copiar a si próprios para outros pedaços do genoma de um indivíduo -- estão relacionados a uma forma grave de autismo hereditária. 

A descoberta, descrita hoje pelo grupo do biólogo brasileiro Alysson Muotri em estudo na revista "Nature", foi feita num experimento que produziu neurônios dos portadores da doença a partir de amostras de pele. 

O trabalho é o segundo artigo de impacto assinado por Muotri, professor da Universidade da Califórnia em San Diego, em menos de uma semana. Seis dias atrás, o cientista divulgou estudo mostrando como os neurônios "autistas" têm problemas para se interconectarem. Agora, ele relaciona o autismo a uma instabilidade genética, pois os chamados retrotransposons -- os "genes saltadores" -- podem bagunçar o DNA de uma célula e alterar seu funcionamento. 

Para reproduzir o neurônios autistas em culturas de células dentro de um pires de laboratório, Muotri usou a mesma técnica nos dois trabalhos. Seu grupo fez células de pele adultas reverterem a um estado primitivo, similar ao de um tecido embrionário, e depois as estimulou a se desenvolverem assumindo a forma de neurônios. 

Essa ferramenta usada no experimento, as células iPS (células-tronco de pluripotência induzida), revelou-se perfeita para estudar a doença, pois não seria possível extrair amostras de células vivas do cérebro de uma pessoa para entender seu desenvolvimento.

ntes do experimento com as células iPS, Muotri já tinha obtido resultado similar usando camundongos transgênicos, portadores da mutação no gene estudado. "Criamos um modelo de cérebro tridimensional e descobrimos que as regiões do cérebro com maior número de neurônios afetados eram regiões relacionadas com os fenótipos [traços físicos] da síndrome de Rett", conta o cientista. 

Muotri, porém, afirma que ainda é cedo para dizer o que é causa e o que é consequência no estudo de pacientes de autismo. "A gente confirmou que existem mais retrotransposons atuando no cérebro desses crianças, mas nós não temos ainda como estabelecer causalidade", diz. "Pode ser que eles não estejam causando o autismo. Pode ser que estejam contribuindo para algumas formas de autismo, apenas." 

Segundo o pesquisador, porém, a descoberta abre caminho para que se teste estratégias diferentes de tratamento no futuro. Medicamentos normalmente usados para atacar vírus (inibindo a cópia e multiplicação de DNA) poderiam eventualmente deter a proliferação desenfreada dos genes saltadores. 

A ação dos retrotransposons no cérebro humano, contudo, pode não ser totalmente maléfica. O efeito benéfico, especula Muotri, seria o de conferir diversidade e complexidade aos neurônios, permitindo que a mente humana se estruture de maneira tão sofisticada. Talvez por isso a evolução os tenha preservado, apesar dos riscos. 

Testo adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Médicos britânicos tratam vítima de derrame com células-tronco

Médicos britânicos injetaram células-tronco no cérebro de um paciente vítima de derrame, como parte de um estudo para descobrir um novo tratamento para a doença. 

O homem idoso, que não apresentava melhora em seu estado de saúde havia muitos anos, é a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento experimental, que envolve 12 pacientes do Southern General Hospital, em Glasgow, na Escócia. 

Ele recebeu uma injeção com uma pequena dose de células-tronco no último fim de semana, já recebeu alta e, segundo os médicos, passa bem. 

O objetivo do teste inédito é garantir que o procedimento seja seguro para os pacientes. 

Durante o próximo ano, outras vítimas de derrame cerebral receberão doses progressivamente maiores, ainda para descobrir se o tratamento não apresenta altos riscos. 

Os médicos também examinarão os pacientes para verificar se as células-tronco conseguiram restaurar as células do cérebro e se o estado de saúde deles melhorou. 

O tratamento experimental recebeu críticas porque usou células cerebrais de fetos para gerar as células-tronco, mas os criadores do projeto alegam ter recebido aprovação ética do órgão regulador da medicina no Reino Unido e dizem que apenas um pequeno número de fetos foi usado nos primeiros estágios da pesquisa e agora eles não seriam mais necessários. 

O primeiro grupo de pacientes a receber o tratamento experimental é formado por homens acima de 60 anos que não apresentaram melhora de seus sintomas ao longo de vários anos. 

Ter um grupo de pacientes com critérios tão limitados permite que médicos e cientistas comparem melhor qualquer avanço em seu estado de saúde, mesmo nos estágios iniciais da pesquisa. 

Se os testes obtiverem bons resultados, os cientistas pretendem levar adiante estudos envolvendo grupos maiores de pacientes, daqui a dois anos. 

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/bbc

domingo, 14 de novembro de 2010

Ibama multa Natura em R$ 21 milhões por uso ilegal da flora

O Ibama multou em R$ 21 milhões a Natura, uma das maiores fabricantes nacionais de cosméticos, por usar recursos da biodiversidade brasileira sem autorização.

Segundo o site Ig, as multas fazem parte de um pacote de autuações de R$ 100 milhões, aplicado a várias empresas nacionais e estrangeiras e resultado de investigação do Ministério Público Federal do DF.

A Natura pertence a Guilherme Leal, candidato a vice-presidente na chapa da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

Segundo Rodolfo Guttilla, diretor de Assuntos Corporativos da Natura, a empresa recebeu 64 autos de infração no último dia 3 e vai recorrer.

Guttilla diz que as multas se devem a "entendimentos diferentes" sobre o processo de autorização para acesso a recursos genéticos.

O tema é regulado por uma Medida Provisória de 2001, que foi alvo de críticas dos cientistas, mas que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) nunca conseguiu alterar.

Pela regra atual, qualquer acesso a espécies da fauna e da flora brasileiras para pesquisa depende de uma autorização prévia do CGen (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético).

Para um produto ser colocado no mercado, é preciso além disso a anuência do provedor (seja o governo ou uma comunidade tradicional ou indígena) e um contrato de repartição de benefícios.

A Natura diz que 100% de seus produtos têm repartição de benefícios. Mas diz que não pode esperar dois anos por uma autorização de pesquisa do CGen. "Dois anos é o ciclo de vida de um produto no mercado", diz Guttilla.

A situação, diz, ficou mais grave em 2007, quando o conselho, ligado ao MMA, suspendeu a análise dos pedidos de pesquisa da Natura.

Uma das 64 multas se refere à pesquisa de aromas de uma planta coletada dentro da fazenda da Natura em Cajamar (interior paulista).

"Estão extrapolando os limites da racionalidade econômica", reclamou.

Procurado pela Folha no começo da noite de ontem, o Ibama não se manifestou. A assessoria de imprensa do órgão afirmou que não conseguiria localizar ninguém para comentar o caso, por ser sexta-feira à noite.

O presidente do CGen, Bráulio Dias, também não pôde ser localizado até o fechamento desta edição. 

Texto adaptado:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Brasil gasta como países desenvolvidos, mas não gera lucro com ciência

O Brasil já gasta tanto com ciência quanto a Espanha ou a Itália, mas ainda está atrás de ambas na sua capacidade de transformar esse dinheiro em resultados palpáveis. 

Essa é a conclusão de um novo relatório da Unesco, que é divulgado de cinco em cinco anos. Entre 2002 e 2008, os anos utilizados como referência, o investimento em pesquisa no país passou de R$ 25,5 bilhões para R$ 32,7 bilhões. 

Esse foi um dos fatores que fizeram a produção científica brasileira pular de 12 mil artigos científicos para 26 mil nesse período. 

A outra causa, na opinião de Hugo Hollanders, especialista holandês em inovação que é um dos responsáveis pelo relatório da Unesco, foi a evolução da internet, especialmente da banda larga, que permitiu a difusão mais rápida do conhecimento entre os pesquisadores dos países em desenvolvimento.

"A ciência mundial era dominada por Europa, Japão e EUA, mas o mundo está se tornando gradualmente multipolar. Coreia, Brasil, China e Índia estão desenvolvendo as suas potencialidades, ainda que a África continue atrasada em relação às outras regiões", disse Irina Bokova, diretora-geral da Unesco. 

A situação asiática, porém, é melhor do que a brasileira. Hollanders lembra que "nos últimos cinco anos, muitos líderes acadêmicos americanos e europeus têm recebido convites de trabalho e vultosos orçamentos de pesquisa em universidades do Leste Asiático". 

O grande problema do Brasil, porém, é escorregar na hora de tirar a pesquisa da universidade e levá-la às empresas, diz o relatório. Três quartos dos cientistas do país estão nas universidades, quase sempre públicas -nos EUA, quase 80% deles trabalham na iniciativa privada. 

Existem exceções, como a pesquisa tecnológica no setor aeronáutico e no campo (o cultivo de soja e a produção de etanol, por exemplo), mas, em geral, as empresas brasileiras investem relativamente pouco em inovação. 

Além disso, as empresas do país reclamam da falta de trabalhadores qualificados, especialmente em áreas ligadas à engenharia. Isso acontece porque o país começou a investir tarde em formação avançada. 

Com universidades muito jovens (a Unicamp, por exemplo, tem menos de 50 anos), o Brasil pode gastar até mais do que países europeus (com universidades mais velhas que o Brasil), mas vai precisar esperar alguns anos ainda até ter uma massa crítica de cientistas. 

O consolo é que, entre a os países em desenvolvimento, o Brasil vai bem. O resto da América Latina está cientificamente estagnado. Na África, alguns países até crescem rapidamente, como Angola e Nigéria, mas partindo de atividades pobres em pesquisa, como a mera extração de petróleo com técnicas consagradas. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

Grilo bate recorde dos insetos por ter os maiores testículos

Se fosse humano, até poderia estar se gabando. Mas, nesse caso específico, passou batido entre seus semelhantes o reconhecimento de um grilo possuir os maiores testículos. 

Os testículos do pequeno inseto representam 14% de sua massa corporal. Se a mesma proporção fosse aplicada a um homem, seria o equivalente a vários sacos de açúcar totalizando cerca de dez quilos.

O estudo, publicado na revista "Biology Letters", é parte de uma investigação sobre as consequências evolutivas sexuais e envolveu a análise de 21 tipos de grilos.

Com testículos maiores, os machos podem produzir mais esperma e aumentar suas chances de passar seus genes para frente. 

Essa mesma adaptação feita pelos grilos da espécie Platycleis affinis é vista entre comunidades de chipanzés, em que as fêmeas normalmente fazem sexo com todos do sexo oposto --para se destacar, os machos se tornaram recordistas e acabaram desenvolvendo os maiores testículos entre o grupo de grandes macacos. 

Mas um dos pesquisadores aponta uma diferença sobre os grilos estudados. Embora tenham testículos grandes, era baixa a quantidade de esperma. "Nosso estudo mostra que temos que repensar algumas suposições", disse o pesquisador Kames Gilbert, de Cambridge, sobre a tendência de se pensar que machos desenvolvem testículos maiores quando vivem em grupos com fêmeas promíscuas. 

Segundo Gilbert, possivelmente a natureza dotou esse grilo com grandes testículos e pouco esperma para permitir o acasalamento sem reservas. 

Essa especulação pode ter um fundo de razão. O grilo estava pronto para ter outras relações sexuais depois de uma hora, enquanto outras espécies com testículos menores demoraram até cinco dias para se recuperarem. 


Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bióloga que teve perna arrancada por jacaré volta à Amazônia

Menos de um ano após ter a perna arrancada por um jacaré na Amazônia, a bióloga paulista Deise Nishimura, 24, volta nesta segunda-feira para o local onde foi atacada. Ela vai retomar sua pesquisa com botos cor-de-rosa da região. 

Em 30 de dezembro, quando limpava peixe na varanda da casa flutuante onde morava, em uma reserva florestal isoladas no Alto Amazonas, foi atacada por um gigantesco jacaré-açu. 

A região tem uma dos maiores populações desses répteis do Brasil, com cerca de 90 animais por habitante.

O jacaré-açu, que é o maior predador da América do Sul e pode chegar a seis metros de comprimento, pulou cerca de um metro para alcançá-la. 

O bicho a levou para o fundo do rio com aproximadamente três metros de profundidade e arrancou sua perna. 

Deise só conseguiu escapar porque se lembrou de um documentário que havia visto na televisão.
"Eles falavam que a parte mais sensível do tubarão era o nariz. Eu imaginei que também fosse assim com o jacaré. Então, quando e encontrei duas aberturas na cabeça dele, que eu não sei se eram os olhos ou o nariz, apertei com toda força", diz. 

Já refeita do susto, ela fala em tom de brincadeira: "Foi com tanta força que eu até quebrei minha unha."
Depois de se livrar do animal, a bióloga conseguiu se arrastar com dificuldade até o deque onde ancoravam os barcos e gritou por socorro durante alguns minutos. Em vão. Ninguém estava por perto. 

"Quando eu percebi que a água estava muito vermelha por causa do sangue, imaginei que poderia atrair mais jacarés. Tinha de sair dali." 

Ela precisou se arrastar mais até a casa e pedir socorro por rádio. Cerca de 15 minutos depois, dois guias de uma pousada local apareceram para socorrê-la. 

O jacaré que atacou a pesquisadora era conhecido no rio. Deise já havia tirado algumas fotos do animal, que costumava dormir bem embaixo da casa flutuante. 

Ao ficarem sabendo do ataque, moradores de uma comunidade ribeirinha da região mataram o animal e recuperaram a perna da cientista. Mas, pelo tipo de lesão e pelo tempo passado desde o ataque, os médicos decidiram não a reimplantar. 

Apesar do trauma, Deise fala com tranquilidade, normalmente sorrindo, sobre o episódio. "Ainda estou aprendendo a fazer as coisas, realmente me adaptando à nova realidade. Às vezes não é fácil, mas eu não quero que sintam pena de mim. Quero ser um exemplo de superação", diz a cientista. 

No fim de semana, ela foi ovacionada ao contar sua história em uma das palestra do TEDx Amazônia, um evento que reuniu mais de 400 pessoas e 50 palestrantes em Manaus. 

Foi a primeira vez que a bióloga retornou à Amazônia desde o incidente. 

Nessa segunda-feira, ela volta para o local do ataque, onde ficará mais um mês trabalhando com o monitoramento de botos cor-de-rosa. 

Ela tem planos de voltar definitivamente para a reserva onde foi atacada. 

Texto adapatado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Chip devolve visão a cego

Cientistas da Alemanha implantaram um chip atrás de um das retinas do finlandês Mikka Terho e ele afirma ter voltado a enxergar.

Terho, que sofre de uma rara doença hereditária chamada retinite pigmentosa, começou a ficar cego durante a sua adolescência.

O chip é um apenas um protótipo que fornece avisos visuais, mas os pesquisadores estão tão entusiasmados com os resultados que já pensam em realizar testes no Reino Unido.

O comitê de ética britânico aprovou testes com 12 pessoas no país, que serão realizados em Oxford e em Londres.

Essa não é a primeira vez que chips são usados para recuperar a visão. Em outros experimentos, uma câmera montada em óculos envia informações para chips implantados na retina.

Porém, o experimento com o chip alemão promete usar os olhos dos próprios cegos para fazê-los enxergar novamente.

Texto adaptado de: http://www.bbc.co.uk/portuguese

Espanha inaugura 1º laboratório de órgãos bioartificiais com células-tronco

A Espanha, líder nos transplantes de órgãos humanos, inaugurou nesta terça-feira em Madri um laboratório pioneiro na criação de órgãos bioartificiais com células-tronco. 

"Trata-se do primeiro laboratório do mundo destinado a produzir órgãos bioartificiais com células-tronco adultas para transplantes", assegurou a ministra da Ciência e Inovação, Cristina Garmendia. 

O objetivo é esvaziar os corações e outros órgãos humanos inaptos para transplantes de seu conteúdo celular e "recelularizá-los com células-tronco do paciente que possam reconstruir o interior do órgão", explicou o médico Francisco Fernández Avilés, chefe do serviço de cardiologia do hospital Gregorio Marañón, que abriga o novo laboratório.

A criação de órgãos artificiais é uma terceira via que se acrescenta ao transplante de órgãos humanos e o implante de órgãos artificiais, explicou, por sua vez, Rafael Matesanz, diretor da Organização Nacional de Transplantes. 

Segundo ele, o transplante deste tipo de órgãos, que poderá acontecer entre cinco e dez anos, acabaria com dois problemas. 

Um deles é a falta de doadores ou de órgãos idôneos para o transplante e o outro é a rejeição do órgão transplantado por parte o paciente, já que as matrizes são inertes e não possuem nenhuma capacidade de resposta imunológica. 

O objetivo deste laboratório é criar um banco de matrizes, que podem ser conservadas durante meses e com as quais serão construídos novos órgãos à medida da necessidade dos pacientes. 

A Espanha é líder mundial na doação de órgãos para transplantes desde 1991 e tem o melhor modelo de transplantes do mundo. 

Além disso, a Espanha faz parte do chamado "G-4" da medicina regenerativa, junto com os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. 

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Pesquisadores divulgam registro de bebê brontossauro corredor

Moeda é colocada na pegada do bebê dinossauro encontrada nos EUA; animal tinha tamanho equivalente ao cachorro pub.

Pegadas de um bebê dinoussauro feitas há 148 milhões de anos foram encontradas próximas à cidade de Morrison, no Colorado (EUA). De acordo com cientistas, o animal seria do tamanho de um cachorro pequeno, como o pug, e provavelmente estaria correndo. 

O diretor do Museu de História Natural Morrison, Matthew Mossbrucker, pesquisador do grupo responsável pela descoberta, afirma que as marcas fósseis são de dois saurópodes (dinossauros herbívoros gigantes, de pescoço longo e conhecidos como brontossauros). Um deles seria um adulto e possivelmente pai ou mãe do bebê dinossauro. 

As pegadas feitas pelo bebê eram do tamanho de uma caneca e, para a surpresa dos pesquisadores, seriam apenas de patas traseiras --as marcas adultas mostram as patas dianteiras. 

Segundo Mossbrucker, é possível que, enquanto o dinossauro corria, as patas traseiras tenham apagado a marca deixada pelas dianteiras ou talvez ele andasse só sobre as patas de trás. 

"Nós nos questionamos há mais de um século se saurópodes podiam ficar em pé nas patas traseiras", disse Mossbrucker. "Aparentemente eles podem, e os jovens conseguem até correr." 

Estudos estão a caminho para entender a biomecânica do saurópode de Morrison e como a aparência de um bebê saurópode corredor pode parecer. 

A descoberta foi anunciada no encontro anual da Sociedade de Geologia Americana, em Denver, também no Colorado. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ausência de antibióticos eficazes para ‘superbactérias’ preocupa especialistas

O Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que obriga farmácias a reterem receitas de antibióticos, cujo uso indiscriminado é apontado como um fator para o fortalecimento das chamadas “superbactérias”.

E, para evitar contaminações pela KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), que seria responsável por pelo menos 18 mortes no Distrito Federal e se tornou resistente a antibióticos, a Anvisa obrigará hospitais e clínicas a colocar recipientes de álcool em gel em suas dependências.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, alertam para um problema que vai além da contaminação: a produção de medicamentos para o tratamento das vítimas.

Só no Distrito Federal, região mais atingida do país, a Secretaria da Saúde local contabilizou 194 casos de KPC até 22 de outubro. Mas a superbactéria está restrita aos hospitais e não deve causar epidemias, segundo especialistas consultados.

Superbactérias semelhantes têm sido identificadas em outros lugares. O caso mais recente a ganhar repercussão mundial é do NDM-1, enzima que fortalece as bactérias perante medicamentos usados para combater infecções graves, causadas por outras bactérias resistentes.

Muitos especialistas relativizam a possibilidade de superbactérias se tornarem uma calamidade global, mas advertem para sua rápida proliferação.

O cientista afirma que não há formas de controlar o surgimento de bactérias resistentes. Elas sempre encontram um jeito de superar os medicamentos.

Para aumentar o controle sobre seu uso, a Anvisa determina, na resolução publicada nesta quinta-feira, que a farmácia retenha a primeira via da receita do medicamento, sob pena de multa e interdição se não o fizer. A segunda via da receita é carimbada e devolvida ao paciente.

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

Nova espécie de macaco espirra em dias chuvosos

A descoberta de uma nova espécie animal é um acontecimento por si só. Mas o mais novo membro do grupo chama a atenção pela peculiar anatomia: o nariz voltado para cima faz com que ele espirre em dias de chuva. 

A descoberta, feita por uma equipe internacional de primatólogos, será noticiada pela "American Journal of Primatology". 

Caçadores que viram o animal antes do início das expedições de busca disseram que ele tinha lábios proeminentes e narinas voltadas para o alto. 

O pesquisador Thomas Geissmann descreve o primata como tendo corpo negro e pelos brancos nas áreas da orelha, queixo e órgãos sexuais. Já o comprimento do rabo supera o próprio corpo do bicho: é 140% maior. 

O novo achado agora reconhecida pela ciência recebeu o nome de Rhinopithecus strykeri, uma homenagem a Jon Stryker, presidente e fundador da Fundação Arcus, que apoia o projeto. O animal já era conhecido em Mianmar e era chamado pelo nome de "nwoah mey", ou o mesmo que "macaco com rosto voltado para cima". 

Segundo a população local, os animais são fáceis de encontrar em dias de chuva, já que provoca espirros. Por causa da característica peculiar, eles costumam sentar com suas cabeças entre as pernas para evitar que a água entre diretamente para as narinas. 

Espécies de macacos com nariz chato são encontradas também na China e no Vietnã, e todos estão classificados como em extinção. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Mundo vai ter 30 mil genomas decifrados até o fim de 2011

O ritmo vertiginoso com que os computadores ficam mais rápidos chegou ao mundo do sequenciamento (leitura) de DNA. No ano passado, havia menos de dez genomas humanos decifrados. Quando 2011 terminar, serão mais de 30 mil -por baixo. 

A estimativa, considerada conservadora, foi feita pela revista científica "Nature" após ouvir mais de 90 centros de pesquisa genômica mundo afora. Só até o fim deste mês, a conta deve chegar a 2.700 genomas.

Um artigo científico na "Nature" desta semana serve como um aperitivo do que está por vir. Um consórcio internacional, o Projeto 1.000 Genomas, coordenado por David Altshuler, do Hospital Geral de Massachusetts (EUA), publica dados do genoma de 179 indivíduos dos cinco continentes. 

A batelada de pessoas incluídas na pesquisa tem uma justificativa simples: achar variantes raras de DNA. A questão é que, embora pareça haver um componente genético forte em problemas comuns, como diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares, é quase impossível achar genes associados a esse tipo de doença. 

Os pesquisadores apostam que isso se deve ao fato de que o risco genético de tais doenças vem de uma miríade de mutações raras, cuja ação se soma e acaba desembocando na tendência hereditária a dado problema. 

O consórcio internacional parece ter dado um passo importante para colocar a ideia à prova: eles identificaram 8 milhões de trocas de uma única "letra" química de DNA, até então desconhecidas, bem como 1 milhão de pequenas adições ou inserções de "letras" no genoma. 

Ainda não há leituras de genomas inteiros de indivíduos brasileiros, embora já tenha sido sequenciado o DNA de um tipo de tumor. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amazônia ganha 1 nova espécie a cada 3 dias


A enorme biodiversidade da Amazônia é velha conhecida dos cientistas, mas agora eles estão mais próximos de quantificá-la. Um novo relatório mostra que, entre 1999 e 2009, foram registradas 1.222 novas espécies na região --o equivalente a um novo achado a cada três dias. 

Isso significa que, sozinha, a floresta amazônica revelou mais espécies do que a soma de outros biomas reconhecidamente biodiversos, como Bornéu e a bacia do rio Congo, no mesmo período. Entre as novidades estão tipos de piranhas, macacos, papagaios, sapos, um boto-cor-de-rosa e até uma gigantesca sucuri. Os dados estão no relatório "Amazônia Viva!", que acaba de ser lançado pela ONG WWF. 

O documento compila dados de oito países e da Guiana Francesa (território francês), locais por onde se estende o bioma amazônico. O resultado só considera os vertebrados. De acordo com o relatório, "milhares de invertebrados documentados" ficaram de fora. 

O Brasil, país que tem a maior "fatia" da floresta, destacou-se com seus primatas. Das sete novas espécies, seis estão em território nacional. Contando com eles, foram registrados 39 mamíferos. Na Bolívia, foram encontradas novas espécies de botos, que se distinguiriam de seus "parentes" brasileiros por terem corpo e cabeça menores, além de mais dentes. 

As plantas são responsáveis pela maior parte das novas espécies. Foram 637 na última década.
Os peixes vêm atrás, com 257 novos registros. Também foram contabilizados 216 novos anfíbios, 55 répteis e outras 16 aves. Apesar de recém-descobertas, muitas das novas espécies já estão em perigo. A pressão da agricultura, a expansão da pecuária e a construção de grandes hidrelétricas na região ameaçam o habitat de espécies que dependem de um frágil equilíbrio para sobreviver. 

É o caso do Coendou roosmalenorum, um minúsculo ouriço encontrado nas margens do rio Madeira, em Rondônia. O bichinho foi descoberto durante uma expedição de resgate de fauna na área, afetada pela construção da hidrelétrica Samuel.

O relatório completo estará disponível para o público no site da WWF-Brasil, em inglês e em português. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Abelhas fazem cálculos complexos para determinar rota mais curta de voo

Abelhas podem solucionar problemas matemáticos complexos, superando até a capacidade de computadores para cálculos. 

Esse é o cerne de um estudo desenvolvido por cientistas do departamento de ciências biológicas, a Royal Holloway, da Universidade de Londres, no Reino Unido. 

Os insetos aprendem a pegar a rota mais curta para chegar até as flores que costumam ser encontradas aleatoriamente pelo caminho. Ou seja, a que economiza tempo e poupa gasto de energia, um dos princípios da questão matemática conhecida como "problema do caixeiro-viajante" ("traveling salesman problem", em inglês).

"Apesar de seu pequeno cérebro, elas são capazes de façanhas extraordinárias", comenta Nigel Raine, que participou da pesquisa. 

A conclusão foi possível com a ajuda de um computador que controlou flores artificiais para identificar o comportamento das abelhas. 

A ideia era mostrar se os insetos seguiam uma rota comum conforme encontravam as flores ou se procuraram instintivamente a mais curta. Depois de explorar o região florida, elas rapidamente tendem a voar pela rota mais curta. 

Os dados do estudo serão publicados no jornal "The American Naturalist" ainda nesta semana. 

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Bichos 'congelados' em âmbar ajudam a contar história da Índia

Insetos preservados nos mínimos detalhes em âmbar, encontrados em Gujarat, oeste da Índia, ajudam a mostrar que o subcontinente indiano, no passado remoto, foi menos isolado do que se acreditava anteriormente.

Com cerca de 50 milhões de anos, o âmbar (grosso modo, seiva petrificada de árvores) é famoso pela capacidade de impedir a deterioração dos restos orgânicos que recobre, propriedade que foi explorada até na ficção pelos filmes da série "Parque dos Dinossauros". No caso, a equipe liderada por Jes Rust, da Universidade de Bonn, na Alemanha, conseguiu isolar mais de 100 espécies do interior das formações de âmbar de Gujarat, e encontrou associações surpreendentes entre os bichos indianos e os de outros continentes.

Acontece que, para muitos pesquisadores, a Índia teria passado cerca de 100 milhões de anos de isolamento, após se separar do supercontinente conhecido como Gondwana, do qual também fazia parte a América do Sul. O isolamento só teria terminado há 50 milhões de anos, quando a ilha-continente indiana trombou com a Ásia. 

No entanto, as espécies achadas no âmbar têm parentesco, por exemplo, com as do norte da Europa na mesma época, indicando que, na época em que houve o choque da Índia com a Ásia, já teriam acontecido outros contatos com continentes, quebrando o isolamento indiano. A pesquisa está na revista científica "PNAS". 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

domingo, 24 de outubro de 2010

Nasa fotografa momento em que supermancha solar lança labaredas no espaço

A agência espacial norte-americana (Nasa) divulgou nesta quinta-feira em seu site a imagem da supermancha solar batizada de 1112, no exato momento em que lançava labaredas no espaço.

Até hoje, nenhuma explosão produziu uma ejeção expressiva de massa coronal (partículas de altas energias) em direção ao planeta Terra. 

Outro dado importante é a existência de um grande filamento magnético cortando o hemisfério sul do Sol. Ele é tão extenso, que ultrapassa a distância que separa a Terra da Lua --cerca de 380 mil quilômetros. 

É possível identificar um ponto brilhante um pouco acima do filamento --a radiação ultravioleta da supermancha solar. Se ocorresse uma explosão, toda a estrutura entraria em erupção.

Observação do cometa Hartley 2 esbarra em condições não muito favoráveis no Brasil

Uma notícia nada boa para quem perdeu o Hartley 2 na madrugada desta quinta-feira: as condições para observar o cometa no Brasil estão tampouco favoráveis.

O professor Roberto Costa, do Departamento de Astronomia da USP, explica que o cometa se move lentamente e poderá ser visto até o início de novembro, mas uma combinação de fatores pode estragar a festa dos observadores brasileiros.

Pela sua localização, o Hartley 2 é mais visível em países do hemisfério Norte. Ele também é semelhante a uma estrela fraca e sua observação é difícil. E, por fim, nesta sexta-feira começa a fase da lua cheia, o que dificultará a visualização do objeto. 

O dia mais propício para ver o cometa é na próxima quinta-feira (28), quando estará mais próximo do Sol e seu corpo celestre alcançará seu brilho máximo. 

O professor recomenda usar um tripé junto com o telescópio doméstico para melhor observar o cometa, que estará na constelação Auriga (ou Cocheiro) até o dia 25 e na de Gêmeos depois dessa data. De acordo com ele, o horário indicado é por volta da meia-noite. 

Vale lembrar que objetos celestes de pouca luz são difíceis de ver se a pessoa estiver na cidade, por causa da iluminação artificial. Os melhores pontos são fora dos centros urbanos. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Nasa capta imagens de restos do cometa Halley

O mais famoso dos cometas, o Halley ainda causa comoção. Com um ciclo de 76 anos a cada visita à Terra, não é preciso esperar até 2061 para vê-lo.

O Halley deixa um rastro de poeira cósmica e gelo chamados meteoroides. Quando pertos da órbita da Terra, colisões acontecem a milhares de quilômetros acima do planeta, dando origem a uma chuva de meteoroides. 

Segundo a Nasa, embora o pico da chuva de meteoroides seja por volta de 21 de outubro, as câmeras da Nasa (agência espacial norte-americana) registraram as imagens de orionideos no último dia 15. 

Como estão na constelação de Órion, recebem o nome de orionídeos e se movem a uma velocidade de 237 km/hora --por causa dessa rapidez, não duram muito e se incendiam na atmosfera. 

A agência afirma que observar os orionideos no céu é fácil, se se estiver longe dos centros urbanos. Cada meteoro que aparece na constelação Órion é um orionídeo que pode ser visto como sendo um pedaço do cometa Halley morrendo no espaço. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Alerta sobre infecções por microorganismos produtor de KPC (superbactéria).

Em função dos últimos registros no País de infecção hospitalar pela enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) batizada de superbactéria, sem notificação de casos na Bahia para os órgãos competentes, a Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde, unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), recomenda aos hospitais que intensifiquem a vigilância, instituam as medidas de prevenção e controle para redução máxima possível das infecções e notifiquem imediatamente os casos ao Núcleo Estadual de Controle de Infecção.

De acordo com diretora de Vigilância Sanitária, Ita de Cácia, a resistência bacteriana é um importante problema de saúde pública, frequente no ambiente hospitalar, não só no Brasil, mas no mundo. Nesse contexto, várias bactérias apresentam habilidade para desenvolver mecanismos de resistência, destacando-se as Enterobacteriaceae.
Nesta família de microrganismos pode haver a produção de uma enzima KPC, um mecanismo emergente de resistência da Klebsiella pneumoniae e também de outros microrganismos, a exemplo da E. Coli, Enterobacter, e que podem causar infecções no trato urinário, respiratório e na corrente sanguínea.
A Sesab recomenda uma vigilância constante pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs), a fim de limitar sua disseminação porque a detecção da KPC confere resistência aos antimicrobianos carbapenêmicos, além de inativar penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos.
A secretaria também orienta aos profissionais de saúde a intensificar medidas como a higienização das mãos, as precauções de contato para casos suspeitos ou confirmados de qualquer microrganismo multirresistente, sobretudo por KPC, o uso racional de antimicrobiano, a investigação de casos suspeitos, principalmente avaliação de pacientes transferidos de outro hospital, e a vigilância microbiológica dos casos de infecção hospitalar, sempre que indicado. 

Texto adaptado de: http://www.comunicacao.ba.gov.br/noticias

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SP mapeia moléculas que podem levar a remédio contra doença de Chagas

Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos identificou e mapeou a estrutura de moléculas que podem prejudicar a produção de uma enzima do parasita Trypanosoma cruzi, causador do mal de Chagas. 

As moléculas descobertas podem interferir e interromper o ciclo de vida do parasita.

Segundo a pesquisadora Juliana Cheleski, que fez o estudo, concluído no último mês, o tempo necessário até a produção de medicamentos que atuem contra o parasita, é de, pelo menos, sete anos.

A pesquisadora faz a estimativa em um cenário em que todos os próximos estágios da pesquisa ocorram sem interrupção. "Na média, leva de 10 a 15 anos. Ou menos, cerca de sete anos, depende de quanto dinheiro vem".

A pesquisa foi financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A próxima fase da pesquisa serão os ensaios sobre toxicidade. O estudo feito até agora teve duração de dois anos.

Por seu ineditismo, a pesquisa ganhou o prêmio Sunset Molecular no 18º European Symposium on Quantitative Structure-Activity Relationships, congresso internacional ocorrido na Grécia em setembro.


sábado, 16 de outubro de 2010

Doenças tropicais negligenciadas afetam ‘silenciosamente’ 1 bilhão de pessoas, diz OMS

Doenças tropicais geralmente negligenciadas, como o mal de Chagas, a lepra, a dengue e a leishmaniose, ainda afetam cerca de 1 bilhão de pessoas em 149 países do mundo, mas de forma “silenciosa”, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Brasil é apontado no relatório como tendo incidência da maioria das 17 doenças tropicais listadas, que podem causar problemas como cegueira, úlceras e cicatrizes, dor severa, deformidades e danos em órgãos internos e no desenvolvimento físico e mental do paciente.
O relatório afirma, no entanto, que o controle desses males, mais comuns em áreas rurais e em favelas urbanas, é “viável”.
A OMS pede a continuação da ajuda de empresas farmacêuticas no controle das doenças, recomenda que os sistemas públicos de saúde fiquem atentos a mudanças nos padrões das doenças por conta de fatores climáticos e ambientais e sugere a coordenação entre agentes de saúde pública e agentes veterinários – para controlar a incidência de raiva, por exemplo.
O órgão lista “sucessos” no controle de males, como a erradicação da doença conhecida como “verme da Guiné”, não por conta de vacinas, “mas por educação em saúde e por mudanças comportamentais”.
“Essas doenças debilitantes, às vezes horríveis, são muitas vezes aceitas como parte da vida das pessoas pobres”, diz Margareth Chan, diretora-geral da OMS. “Mas estratégias podem quebrar o ciclo da infecção, da deficiência e da perda de oportunidades que mantém as pessoas na pobreza.”
O Brasil apresenta incidência de males tropicais como dengue, mal de Chagas, raiva, conjuntivite granulosa, leishmaniose, cisticercose, esquistossomose, tênia, hidática policística e “cegueira dos rios".
O relatório diz que o Brasil vivenciou um aumento nos casos de leishmaniose desde 1999. A doença, antes mais comum nas zonas rurais, “agora também aparece em áreas urbanas”, por conta da migração de pessoas do campo às periferias das cidades.
“No Brasil, os cães são o hospedeiro do parasita” da leishmaniose, que provoca, entre outros problemas, febre, fraqueza e anemia.
No caso da dengue, a OMS afirma que a doença ressurgiu na América Latina porque as medidas de controle não foram mantidas após a campanha para erradicar o Aedes aegypti, seu principal vetor, durante os anos 1960 e 70. “Grandes surtos acontecem atualmente a cada três ou cinco anos”, afirma o relatório.



Texto adaptado de: http://www.bbc.co.uk

Palato congelado explica dor de cabeça repentina ao tomar sorvete



A "dor de cabeça do sorvete" pode não soar como um assunto para pesquisas sérias, mas é algo intrigante e corriqueiro o suficiente para ter gerado diversos estudos na literatura médica.

O fenômeno, também conhecido como "congelamento do cérebro", ocorre quando uma substância muito fria toca a parte posterior do palato, causando uma rápida contração e dilatação dos vasos sanguíneos na cabeça. Segundo alguns estudos, isso faz com que os receptores de dor estimulem o nervo trigêmeo, o maior condutor de informações sensoriais do rosto ao cérebro, resultando numa dor aguda no rosto ou na cabeça.

Mas isso pode não afetar a todos. Pesquisadores descobriram que apenas um terço da população passa pelo fenômeno e que, apesar do mito originado em estudos anteriores, ele não ocorre somente em dias quentes.

Num relatório publicado em 2002 na revista britânica "BMJ", um cientista da Universidade McMaster, no Canadá, conduziu um estudo envolvendo 145 alunos do ensino médio durante dois meses do inverno. Todos eles --para seu deleite-- receberam porções moderadas de sorvete. Alguns foram aleatoriamente instruídos a consumi-lo lentamente, enquanto outros tinham de devorá-lo em cinco segundos ou menos.

Cerca de 30% dos estudantes no grupo de "alimentação acelerada" tiveram a dor de cabeça, frente a 13% do grupo de "alimentação cautelosa".

O estudo afirmou: "Ao contrário de estudos anteriores, nossos resultados sugerem que a dor de cabeça do sorvete pode ser induzida no clima frio, mesmo entre aqueles que consomem seu sorvete num ritmo lento”.

Alguns estudos indicam que pessoas que sofrem de enxaqueca podem ser mais inclinadas às dores de cabeça induzidas pelo frio, embora outros tenham contestado essa descoberta.

A conclusão: a dor de cabeça do sorvete pode ocorrer tanto em climas quentes quanto frios. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/814380

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Butantan usa veneno de peixe para combater asma


Uma droga desenvolvida a partir do veneno de um peixe chamado niquim, também conhecido como peixe-sapo (encontrado nas regiões Norte e Nordeste do país) é a nova descoberta do Instituto Butantan no combate à asma. 

E com a vantagem de não apresentar os mesmos efeitos colaterais dos corticoides, medicamentos mais usados hoje contra a doença. As informações são da Agência Brasil.

"Hoje, o principal medicamento utilizado para a asma são os corticoides, que são muito bons, mas que não podem ser usados continuamente por causa dos efeitos colaterais. A vantagem do nosso é que é um produto natural, fácil de ser feito, brasileiro, e sem os efeitos colaterais'', disse Monica Lopes Ferreira, uma das responsáveis pela pesquisa.

Há 14 anos Monica pesquisa o veneno de peixes no Butantan, em São Paulo. Há quatro anos, dedica-se especialmente a analisar a composição do veneno do niquim e sua atuação em camundongos, descobriu a presença de um pequeno componente, chamado peptídeo, que tem função anti-inflamatória.

"Ele pode não só prevenir a asma, como tirar o paciente da crise. Isso já está sob patente no Brasil e em outros oito países'', afirmou.

"A asma é uma doença inflamatória, controlada geneticamente e que recebe muita influência ambiental. Então, a poluição exacerba a inflamação asmática'', explicou Carla Lima, doutora pela USP na área de imunologia.

Segundo ela, o número de pessoas que sofrem com asma vem crescendo muito nos últimos 20 anos no país, principalmente por causa de fatores como a poluição. "No Brasil, há cerca de 15 milhões de pessoas sofrendo com asma, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.''

A pesquisa sobre a nova droga aguarda agora a fase de testes clínicos -que serão realizados pela indústria farmacêutica- para poder finalmente chegar ao mercado.

"A parte científica, que envolvia todas as descobertas e o mecanismo de ação, já foi feita no Instituto Butantan. A segunda parte é uma parceria com o laboratório Cristália, que fará os testes clínicos e irá agora (analisar) de que maneira ela (a droga) será utilizada -se será comprimido ou aerosol. Só depois dessa etapa é que ela poderá ser comercializada'', afirmou Monica.

De acordo com a pesquisadora, a droga poderá ser lançada no mercado em prazo de três anos se houver grande investimento por parte do laboratório.


Texto adaptado de: http://jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=6&n=2647