A enorme biodiversidade da Amazônia é velha
conhecida dos cientistas, mas agora eles estão mais próximos de quantificá-la.
Um novo relatório mostra que, entre 1999 e 2009, foram registradas 1.222 novas
espécies na região --o equivalente a um novo achado a cada três dias.
Isso significa que, sozinha, a floresta amazônica
revelou mais espécies do que a soma de outros biomas reconhecidamente
biodiversos, como Bornéu e a bacia do rio Congo, no mesmo período. Entre as novidades estão tipos de piranhas, macacos, papagaios, sapos, um
boto-cor-de-rosa e até uma gigantesca
sucuri. Os dados estão no relatório "Amazônia Viva!", que acaba
de ser lançado pela ONG WWF.
O documento compila dados de oito países e da
Guiana Francesa (território francês), locais por onde se estende o bioma
amazônico. O resultado só considera os vertebrados. De
acordo com o relatório, "milhares de invertebrados documentados"
ficaram de fora.
O Brasil, país que tem a maior "fatia"
da floresta, destacou-se com seus primatas. Das sete novas espécies, seis estão
em território nacional. Contando com eles, foram registrados 39
mamíferos. Na Bolívia, foram encontradas novas espécies de botos, que se
distinguiriam de seus "parentes" brasileiros por terem corpo e cabeça
menores, além de mais dentes.
As plantas são responsáveis pela maior parte das
novas espécies. Foram 637 na última década.
Os peixes vêm atrás, com 257 novos registros.
Também foram contabilizados 216 novos anfíbios, 55 répteis e outras 16 aves. Apesar de recém-descobertas, muitas das novas
espécies já estão em perigo. A pressão da agricultura, a expansão da pecuária
e a construção de grandes hidrelétricas na região ameaçam o habitat de espécies
que dependem de um frágil equilíbrio para sobreviver.
É o caso do Coendou
roosmalenorum, um minúsculo ouriço encontrado nas margens do rio Madeira,
em Rondônia. O bichinho foi descoberto durante uma expedição de resgate de
fauna na área, afetada pela construção da hidrelétrica Samuel.
O relatório completo estará disponível para o público no site da WWF-Brasil, em inglês e em português.
O relatório completo estará disponível para o público no site da WWF-Brasil, em inglês e em português.
Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia