O Diário Oficial da União publicou
nesta quinta-feira determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) que obriga farmácias a reterem receitas de antibióticos, cujo uso
indiscriminado é apontado como um fator para o fortalecimento das chamadas
“superbactérias”.
E, para evitar contaminações pela KPC (Klebsiella
pneumoniae carbapenemase), que seria responsável por pelo menos 18 mortes no
Distrito Federal e se tornou resistente a antibióticos, a Anvisa obrigará
hospitais e clínicas a colocar recipientes de álcool em gel em suas
dependências.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no
entanto, alertam para um problema que vai além da contaminação: a produção de
medicamentos para o tratamento das vítimas.
Só no Distrito Federal, região mais atingida do
país, a Secretaria da Saúde local contabilizou 194 casos de KPC até 22 de
outubro. Mas a superbactéria está restrita aos hospitais e não deve causar
epidemias, segundo especialistas consultados.
Superbactérias semelhantes têm sido identificadas
em outros lugares. O caso mais recente a ganhar repercussão mundial é do NDM-1,
enzima que fortalece as bactérias perante medicamentos usados para combater
infecções graves, causadas por outras bactérias resistentes.
Muitos especialistas
relativizam a possibilidade de superbactérias se tornarem uma calamidade
global, mas advertem para sua rápida proliferação.
O cientista afirma que
não há formas de controlar o surgimento de bactérias resistentes. Elas sempre
encontram um jeito de superar os medicamentos.
Para aumentar o
controle sobre seu uso, a Anvisa determina, na resolução publicada nesta
quinta-feira, que a farmácia retenha a primeira via da receita do medicamento,
sob pena de multa e interdição se não o fizer. A segunda via da receita é
carimbada e devolvida ao paciente.
Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/