quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ausência de antibióticos eficazes para ‘superbactérias’ preocupa especialistas

O Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que obriga farmácias a reterem receitas de antibióticos, cujo uso indiscriminado é apontado como um fator para o fortalecimento das chamadas “superbactérias”.

E, para evitar contaminações pela KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), que seria responsável por pelo menos 18 mortes no Distrito Federal e se tornou resistente a antibióticos, a Anvisa obrigará hospitais e clínicas a colocar recipientes de álcool em gel em suas dependências.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, alertam para um problema que vai além da contaminação: a produção de medicamentos para o tratamento das vítimas.

Só no Distrito Federal, região mais atingida do país, a Secretaria da Saúde local contabilizou 194 casos de KPC até 22 de outubro. Mas a superbactéria está restrita aos hospitais e não deve causar epidemias, segundo especialistas consultados.

Superbactérias semelhantes têm sido identificadas em outros lugares. O caso mais recente a ganhar repercussão mundial é do NDM-1, enzima que fortalece as bactérias perante medicamentos usados para combater infecções graves, causadas por outras bactérias resistentes.

Muitos especialistas relativizam a possibilidade de superbactérias se tornarem uma calamidade global, mas advertem para sua rápida proliferação.

O cientista afirma que não há formas de controlar o surgimento de bactérias resistentes. Elas sempre encontram um jeito de superar os medicamentos.

Para aumentar o controle sobre seu uso, a Anvisa determina, na resolução publicada nesta quinta-feira, que a farmácia retenha a primeira via da receita do medicamento, sob pena de multa e interdição se não o fizer. A segunda via da receita é carimbada e devolvida ao paciente.

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

Nova espécie de macaco espirra em dias chuvosos

A descoberta de uma nova espécie animal é um acontecimento por si só. Mas o mais novo membro do grupo chama a atenção pela peculiar anatomia: o nariz voltado para cima faz com que ele espirre em dias de chuva. 

A descoberta, feita por uma equipe internacional de primatólogos, será noticiada pela "American Journal of Primatology". 

Caçadores que viram o animal antes do início das expedições de busca disseram que ele tinha lábios proeminentes e narinas voltadas para o alto. 

O pesquisador Thomas Geissmann descreve o primata como tendo corpo negro e pelos brancos nas áreas da orelha, queixo e órgãos sexuais. Já o comprimento do rabo supera o próprio corpo do bicho: é 140% maior. 

O novo achado agora reconhecida pela ciência recebeu o nome de Rhinopithecus strykeri, uma homenagem a Jon Stryker, presidente e fundador da Fundação Arcus, que apoia o projeto. O animal já era conhecido em Mianmar e era chamado pelo nome de "nwoah mey", ou o mesmo que "macaco com rosto voltado para cima". 

Segundo a população local, os animais são fáceis de encontrar em dias de chuva, já que provoca espirros. Por causa da característica peculiar, eles costumam sentar com suas cabeças entre as pernas para evitar que a água entre diretamente para as narinas. 

Espécies de macacos com nariz chato são encontradas também na China e no Vietnã, e todos estão classificados como em extinção. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Mundo vai ter 30 mil genomas decifrados até o fim de 2011

O ritmo vertiginoso com que os computadores ficam mais rápidos chegou ao mundo do sequenciamento (leitura) de DNA. No ano passado, havia menos de dez genomas humanos decifrados. Quando 2011 terminar, serão mais de 30 mil -por baixo. 

A estimativa, considerada conservadora, foi feita pela revista científica "Nature" após ouvir mais de 90 centros de pesquisa genômica mundo afora. Só até o fim deste mês, a conta deve chegar a 2.700 genomas.

Um artigo científico na "Nature" desta semana serve como um aperitivo do que está por vir. Um consórcio internacional, o Projeto 1.000 Genomas, coordenado por David Altshuler, do Hospital Geral de Massachusetts (EUA), publica dados do genoma de 179 indivíduos dos cinco continentes. 

A batelada de pessoas incluídas na pesquisa tem uma justificativa simples: achar variantes raras de DNA. A questão é que, embora pareça haver um componente genético forte em problemas comuns, como diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares, é quase impossível achar genes associados a esse tipo de doença. 

Os pesquisadores apostam que isso se deve ao fato de que o risco genético de tais doenças vem de uma miríade de mutações raras, cuja ação se soma e acaba desembocando na tendência hereditária a dado problema. 

O consórcio internacional parece ter dado um passo importante para colocar a ideia à prova: eles identificaram 8 milhões de trocas de uma única "letra" química de DNA, até então desconhecidas, bem como 1 milhão de pequenas adições ou inserções de "letras" no genoma. 

Ainda não há leituras de genomas inteiros de indivíduos brasileiros, embora já tenha sido sequenciado o DNA de um tipo de tumor. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/