segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Plano para salvar o pica-pau pode chegar tarde demais

Campephilus principalis - Pica-pau-bico-de-mafim

Cinco anos após ornitólogos se emocionarem ao conseguir gravar o evasivo pica-pau-bico-de-marfim, considerado extinto, o US Fish and Wildlife Service (FWS) está prestes a aprovar um plano de recuperação para gerenciar as espécies desse pássaro. O plano vai traçar uma estratégia de conservação, incluindo preservação do hábitat.

Em 2005, uma equipe de filmagem avistou um pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis) em Arkansas, no que parecia ser a primeira aparição documentada de uma criatura que pensou extinta há pelo menos 50 anos.

Porém, após cinco anos de buscas infrutíferas, a esperança de salvar as espécies é quase nula. "Não acreditamos que uma população recuperável de pica-pau-bico-de-marfim exista", diz Ron Rohrbaugh, biólogo conservacionista da Cornell University em Ithaca, Nova York, que liderou a equipe de pesquisa original.

O FWS gastou US$ 14 milhões tentando documentar e preservar esse pica-pau em todo o sudeste dos Estados Unidos, incluindo US$ 8 milhões para a preservação do hábitat e US$ 2 milhões para os custos de pesquisa associados. A busca foi suspensa em outubro do ano passado depois de esgotada a verba.

Laurie Fenwood, coordenadora do projeto, diz que os novos planos de recuperação são necessários para recolher melhor o conhecimento científico sobre as espécies - ainda não está claro se já estão extintas.

Ao longo do caminho, houve falsas esperanças. No primeiro semestre, uma pesquisadora recebeu uma foto supostamente de um Campephilus principalis no rio Cache, no sul de Illinois. Porém, a pessoa responsável pela foto confessou que a falsificara. Steve Sheridan, artista gráfico de Lexington, Kentucky, diz que viu um pica-pau na região e forjou as fotos para incentivar a conservação da área. "Respondemos a ele que o efeito pode ser exatamente o oposto, atrasando a recuperação por anos", disseram os pesquisadores.


Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/plano_para_salvar_o_pica-pau_pode_chegar_tarde_demais.html

Censo inédito sobre vida marinha mobiliza 540 expedições científicas no mundo

Costa litorânea da Austrália está entre as regiões que oferecem maior biodiversidade marinha no mundo.

Os resultados do primeiro censo sobre o ecossistema marinho, feito em escala mundial, foram divulgados nesta segunda-feira.

Apesar de contar com a mobilização de 2.700 cientistas que passaram 9.000 dias no mar em 540 expedições, o levantamento inédito é visto como um pequeno panorama diante da biodiversidade encontrada nos oceanos.

Para se ter uma dimensão, o censo identificou formalmente 250 mil plantas e animais em um universo estimado em 1 milhão de espécies.

Há ainda muito a descobrir, como aponta dados do censo. Japão, mar Mediterrâneo e Austrália possuem ecossistemas marinhos com a maior porcentagem de espécies que ainda não foram reconhecidas por cientistas.

O censo localizou 1.200 novas espécies, elevando a lista para 5.000 organismos que já foram coletados, estudados ou nomeados. Entre eles, algumas consideradas extintas, como é o caso de um camarão jurássico que se pensava ter morrido mais de 50 milhões de anos atrás.

O estudo, que também catalogou as principais ameaças para a vida marinha como a pesca e a exploração humana, apontou as regiões mais ricas em termos de diversidade marinha, como o golfo do México e a costa australiana. Já as ilhas Galápagos perde, nessa categoria, para as ilhas Orcadas do Sul, no mar da Escócia.

Veja imagens de algumas das novas espécies catalogadas podem ser acessadas aqui

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/809384-censo-inedito-sobre-vida-marinha-mobiliza-540-expedicoes-cientificas-no-mundo.shtml