A técnica foi aplicada no Instituto Jones de Medicina
Reprodutiva, da Escola de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, na
Virgínia.
A mulher que recebeu os embriões havia registrado
uma baixa reserva ovariana, ou seja, baixo estoque de óvulos disponíveis, e
fazia tratamento de fertilização havia dez anos.
Os médicos descongelaram cinco embriões que
haviam sido doados anonimamente por um casal que realizara o tratamento de
fertilização na clínica 20 anos antes.
Dos embriões descongelados, dois sobreviveram e
foram transferidos para o útero da paciente. Ao fim de uma única gravidez, a
mulher deu à luz um garoto que nasceu saudável.
O caso foi relatado em um artigo científico na
publicação especializada Fertility and Sterility, da Sociedade Americana
para a Medicina Reprodutiva.
A equipe, liderada pelo pesquisador Sergio
Oehninger, disse que não conhece nenhum caso de gravidez em que um embrião
humano tenha permanecido tanto tempo congelado – 19 anos e sete meses.
O congelamento suspende biologicamente o
envelhecimento das células, e os cientistas defendem que um embrião pode
permanecer neste estado por décadas.
Ate agora, o maior tempo que um embrião
permaneceu congelado antes de ser transferido para o útero e gerado um bebê foi
13 anos, em um caso na Espanha.
No Brasil, o recorde é de uma mulher do interior
de São Paulo que deu à luz um bebê nascido de um embrião que ficara congelado
por oito anos.
Há ainda casos de pacientes que congelam suas
células reprodutivas com fins terapêuticos, antes de tratamentos que podem
deixá-los estéreis.
Em 2004, um casal teve um filho a partir de
esperma que havia permanecido congelado por 21 anos.
Nesse caso, o pai tinha congelado espermatozoides
aos 17 anos de idade, antes de começar a tratar um câncer de testículo com
radioterapia e quimioterapia, que o deixaram sem capacidade reprodutiva.
Texto adaptado de: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/10/101011_embriao_congelado_pu.shtml