sábado, 16 de outubro de 2010

Doenças tropicais negligenciadas afetam ‘silenciosamente’ 1 bilhão de pessoas, diz OMS

Doenças tropicais geralmente negligenciadas, como o mal de Chagas, a lepra, a dengue e a leishmaniose, ainda afetam cerca de 1 bilhão de pessoas em 149 países do mundo, mas de forma “silenciosa”, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Brasil é apontado no relatório como tendo incidência da maioria das 17 doenças tropicais listadas, que podem causar problemas como cegueira, úlceras e cicatrizes, dor severa, deformidades e danos em órgãos internos e no desenvolvimento físico e mental do paciente.
O relatório afirma, no entanto, que o controle desses males, mais comuns em áreas rurais e em favelas urbanas, é “viável”.
A OMS pede a continuação da ajuda de empresas farmacêuticas no controle das doenças, recomenda que os sistemas públicos de saúde fiquem atentos a mudanças nos padrões das doenças por conta de fatores climáticos e ambientais e sugere a coordenação entre agentes de saúde pública e agentes veterinários – para controlar a incidência de raiva, por exemplo.
O órgão lista “sucessos” no controle de males, como a erradicação da doença conhecida como “verme da Guiné”, não por conta de vacinas, “mas por educação em saúde e por mudanças comportamentais”.
“Essas doenças debilitantes, às vezes horríveis, são muitas vezes aceitas como parte da vida das pessoas pobres”, diz Margareth Chan, diretora-geral da OMS. “Mas estratégias podem quebrar o ciclo da infecção, da deficiência e da perda de oportunidades que mantém as pessoas na pobreza.”
O Brasil apresenta incidência de males tropicais como dengue, mal de Chagas, raiva, conjuntivite granulosa, leishmaniose, cisticercose, esquistossomose, tênia, hidática policística e “cegueira dos rios".
O relatório diz que o Brasil vivenciou um aumento nos casos de leishmaniose desde 1999. A doença, antes mais comum nas zonas rurais, “agora também aparece em áreas urbanas”, por conta da migração de pessoas do campo às periferias das cidades.
“No Brasil, os cães são o hospedeiro do parasita” da leishmaniose, que provoca, entre outros problemas, febre, fraqueza e anemia.
No caso da dengue, a OMS afirma que a doença ressurgiu na América Latina porque as medidas de controle não foram mantidas após a campanha para erradicar o Aedes aegypti, seu principal vetor, durante os anos 1960 e 70. “Grandes surtos acontecem atualmente a cada três ou cinco anos”, afirma o relatório.



Texto adaptado de: http://www.bbc.co.uk

Palato congelado explica dor de cabeça repentina ao tomar sorvete



A "dor de cabeça do sorvete" pode não soar como um assunto para pesquisas sérias, mas é algo intrigante e corriqueiro o suficiente para ter gerado diversos estudos na literatura médica.

O fenômeno, também conhecido como "congelamento do cérebro", ocorre quando uma substância muito fria toca a parte posterior do palato, causando uma rápida contração e dilatação dos vasos sanguíneos na cabeça. Segundo alguns estudos, isso faz com que os receptores de dor estimulem o nervo trigêmeo, o maior condutor de informações sensoriais do rosto ao cérebro, resultando numa dor aguda no rosto ou na cabeça.

Mas isso pode não afetar a todos. Pesquisadores descobriram que apenas um terço da população passa pelo fenômeno e que, apesar do mito originado em estudos anteriores, ele não ocorre somente em dias quentes.

Num relatório publicado em 2002 na revista britânica "BMJ", um cientista da Universidade McMaster, no Canadá, conduziu um estudo envolvendo 145 alunos do ensino médio durante dois meses do inverno. Todos eles --para seu deleite-- receberam porções moderadas de sorvete. Alguns foram aleatoriamente instruídos a consumi-lo lentamente, enquanto outros tinham de devorá-lo em cinco segundos ou menos.

Cerca de 30% dos estudantes no grupo de "alimentação acelerada" tiveram a dor de cabeça, frente a 13% do grupo de "alimentação cautelosa".

O estudo afirmou: "Ao contrário de estudos anteriores, nossos resultados sugerem que a dor de cabeça do sorvete pode ser induzida no clima frio, mesmo entre aqueles que consomem seu sorvete num ritmo lento”.

Alguns estudos indicam que pessoas que sofrem de enxaqueca podem ser mais inclinadas às dores de cabeça induzidas pelo frio, embora outros tenham contestado essa descoberta.

A conclusão: a dor de cabeça do sorvete pode ocorrer tanto em climas quentes quanto frios. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/814380