sábado, 27 de novembro de 2010

Listras de Júpiter desaparecidas estão voltando, diz agência espacial americana

Novas imagens da Nasa (agência espacial norte-americana) mostram que uma das listras de Júpiter que havia desaparecido no início do ano dá sinais de que está voltando. As observações vão ajudar cientistas a entender melhor a interação entre os ventos de Júpiter e a química das nuvens. 

No começo do ano, astrônomos amadores notaram que uma longa listra de cor marrom escura --conhecida como Cinturão Equatorial Sul (SEB, na sigla em inglês) e localizada ao sul de Júpiter-- havia se tornado branca. 

No início deste mês, o astronomo amador Christopher Go das Filipinas achou um ponto brilhante na área branca que antes era escura. Esse fenômeno atraiu o interesse de cientistas do Laboratório de Jato de Propulsão (JPL) da Nasa. 

Depois de muitas observaçoes feitas no Hawaí, os cientistas agora acreditam que a área escura está reaparecendo. 

"A razão pela qual Júpiter parece ter perdido essa faixa, se camuflando entre as áreas de faixas brancas que ficam em volta, é que os costumeiros ventos decantados que são secos e mantêm a região sem nuvens cessaram", disse Glenn Orton, cientista da JPL. 

"Uma das coisas que estávamos procurando através do infravermelho era uma evidência de que o material escuro emergindo ao lado do ponto brilhante era realmente o começo da 'limpeza' na camada de nuvens, e foi exatamente isso que vimos", completou. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

sábado, 20 de novembro de 2010

Cão pode ser chave para entender distrofia muscular, revela estudo da USP

"Não é possível, esse cachorro não tem nada! Olha como ele corre", espantou-se Anderson Oliveira, 14, ao conhecer Ringo, um golden retriever de sete anos.

O cachorro tem distrofia muscular, mesma doença degenerativa que tirou os movimentos do jovem. Contrariando todos os padrões de evolução da moléstia, o animal não tem problemas para se movimentar.

Testes em laboratório revelaram que ele é capaz de pular, correr e andar quase tão bem quanto um animal sem distrofia muscular.

Para os cientistas, essa é a primeira vez que um cão com total ausência de distrofina --proteína que contribui para a firmeza das fibras musculares e cuja ausência causa a distrofia-- consegue manter atividades físicas em níveis tão intensos.

Por conta disso, um time de pesquisadores da USP agora esquadrinha cada detalhe de seu DNA, em busca de uma pista do que poderia estar provocando a resistência aos efeitos da doença.

Também estudando cães, a mesma equipe acaba de testar com sucesso o uso de células-tronco para fortalecer os músculos afetados pela distrofia. Nesse aspecto, os bichos também são cruciais.

"A distrofia dos cachorros é causada por um defeito no mesmo gene que causa a distrofia de Duchenne [tipo mais comum e mais grave da doença] em seres humanos. Se nós formos capazes de curar esses animais, então nós também curaremos os meninos", disse à Folha a geneticista Mayana Zatz.

A cientista dirige o Centro de Estudos do Genoma Humano, que realiza o mapeamento genético de Ringo.
Ele e outros 16 golden retrievers fazem parte do projeto Genocão, um canil na USP onde efeitos e tratamentos da distrofia são estudados.

Conhecida como GRMD (sigla para distrofia muscular do golden retriever, em inglês), a doença é relativamente comum nessa raça.

Ela é provocada por um defeito num gene do cromossomo X, assim como a distrofia dos seres humanos.
Cientistas veem indícios de que o "segredo" de Ringo também possa estar ligado a uma alteração nesse cromossomo. Isso porque o cachorro conseguiu passar adiante essa "proteção" para pelo menos um de seus filhotes.


A singularidade de Ringo fez com que ele virasse uma espécie de celebridade entre os geneticistas do mundo todo. A história já foi abordada em diversos congressos e apresentada em periódicos científicos internacionais.

Apesar da aura promissora, os pesquisadores daqui também pedem cautela quanto ao resultados dos estudos com o animal.

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Astrônomos da Alemanha encontram planeta vindo de outra galáxia

Nem mesmo a Via Láctea está livre dos penetras. Astrônomos europeus acabam de encontrar um planeta vindo de outra galáxia bem na nossa vizinhança cósmica. 

Embora a "pancadaria" sideral, com direito a colisões e até fusões entre várias galáxias, não seja novidade para os cientistas, essa foi a primeira vez que eles encontraram um planeta que tenha sobrevivido a tais pancadas. 

Batizado de HIP 13044 b, o objeto foi detectado com o auxílio de um supertelescópio no Chile. O intruso fica a cerca de 2.000 anos-luz da Terra e é um gigante. Tem pelo menos 1,25 vez o tamanho de Júpiter, que é o maior planeta do Sistema Solar. 

Mas como os autores do estudo, que sairá em edição futura da revista "Science", sabem que o planeta não é "nativo" da Via Láctea? Eles chegaram a essa conclusão baseados na estrela que ele orbita: a HIP 13044. 

O astro fica em uma região distante da Via Láctea conhecida como corrente Helmi. Nesse local, as estrelas têm parâmetros orbitais bem particulares, que são diferentes dos da maioria das outras estrelas na vizinhança do Sol. 

Para os pesquisadores, isso indica que elas faziam parte de uma galáxia que foi engolida pela Via Láctea entre cerca de 6 bilhões e 9 bilhões de anos atrás. 


Na opinião dos cientistas, é uma surpresa das grandes que o planeta tenha sobrevivido à fase de expansão de sua estrela, uma gigante vermelha -estágio em que certas estrelas muito antigas ficam "inchadas", quando seu combustível nuclear começa a se tornar escasso. 

"A descoberta é intrigante se considerarmos o futuro distante do nosso próprio Sistema Solar, em que esperamos que o Sol também se torne uma gigante vermelha daqui a 5 bilhões de anos", disse Johny Setiawan, um dos autores do trabalho, do Instituto Max Planck de Astronomia (Alemanha). 

O fato de a HIP 13044 ser pobre em metais --com apenas 1% do que existe no nosso Sol, por exemplo-- pode provocar uma reviravolta nas principais teorias de desenvolvimento planetário. 

De acordo com elas, existe uma relação direta entre a composição química das estrelas e a quantidade de planetas em seu entorno. 

Nesse caso, quanto mais metais existirem na estrela, mais "filhotes" planetários ela acabaria tendo.
Nos últimos 20 anos, os pesquisadores investiram pesado na descoberta de planetas fora do Sistema Solar --hoje, são mais de 500. Nenhum, porém, orbitava uma estrela com tão pouco metal. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Experimento liga forma de autismo a DNA saltador

Os trechos de DNA apelidados pelos cientistas de "genes saltadores" -- capazes de copiar a si próprios para outros pedaços do genoma de um indivíduo -- estão relacionados a uma forma grave de autismo hereditária. 

A descoberta, descrita hoje pelo grupo do biólogo brasileiro Alysson Muotri em estudo na revista "Nature", foi feita num experimento que produziu neurônios dos portadores da doença a partir de amostras de pele. 

O trabalho é o segundo artigo de impacto assinado por Muotri, professor da Universidade da Califórnia em San Diego, em menos de uma semana. Seis dias atrás, o cientista divulgou estudo mostrando como os neurônios "autistas" têm problemas para se interconectarem. Agora, ele relaciona o autismo a uma instabilidade genética, pois os chamados retrotransposons -- os "genes saltadores" -- podem bagunçar o DNA de uma célula e alterar seu funcionamento. 

Para reproduzir o neurônios autistas em culturas de células dentro de um pires de laboratório, Muotri usou a mesma técnica nos dois trabalhos. Seu grupo fez células de pele adultas reverterem a um estado primitivo, similar ao de um tecido embrionário, e depois as estimulou a se desenvolverem assumindo a forma de neurônios. 

Essa ferramenta usada no experimento, as células iPS (células-tronco de pluripotência induzida), revelou-se perfeita para estudar a doença, pois não seria possível extrair amostras de células vivas do cérebro de uma pessoa para entender seu desenvolvimento.

ntes do experimento com as células iPS, Muotri já tinha obtido resultado similar usando camundongos transgênicos, portadores da mutação no gene estudado. "Criamos um modelo de cérebro tridimensional e descobrimos que as regiões do cérebro com maior número de neurônios afetados eram regiões relacionadas com os fenótipos [traços físicos] da síndrome de Rett", conta o cientista. 

Muotri, porém, afirma que ainda é cedo para dizer o que é causa e o que é consequência no estudo de pacientes de autismo. "A gente confirmou que existem mais retrotransposons atuando no cérebro desses crianças, mas nós não temos ainda como estabelecer causalidade", diz. "Pode ser que eles não estejam causando o autismo. Pode ser que estejam contribuindo para algumas formas de autismo, apenas." 

Segundo o pesquisador, porém, a descoberta abre caminho para que se teste estratégias diferentes de tratamento no futuro. Medicamentos normalmente usados para atacar vírus (inibindo a cópia e multiplicação de DNA) poderiam eventualmente deter a proliferação desenfreada dos genes saltadores. 

A ação dos retrotransposons no cérebro humano, contudo, pode não ser totalmente maléfica. O efeito benéfico, especula Muotri, seria o de conferir diversidade e complexidade aos neurônios, permitindo que a mente humana se estruture de maneira tão sofisticada. Talvez por isso a evolução os tenha preservado, apesar dos riscos. 

Testo adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Médicos britânicos tratam vítima de derrame com células-tronco

Médicos britânicos injetaram células-tronco no cérebro de um paciente vítima de derrame, como parte de um estudo para descobrir um novo tratamento para a doença. 

O homem idoso, que não apresentava melhora em seu estado de saúde havia muitos anos, é a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento experimental, que envolve 12 pacientes do Southern General Hospital, em Glasgow, na Escócia. 

Ele recebeu uma injeção com uma pequena dose de células-tronco no último fim de semana, já recebeu alta e, segundo os médicos, passa bem. 

O objetivo do teste inédito é garantir que o procedimento seja seguro para os pacientes. 

Durante o próximo ano, outras vítimas de derrame cerebral receberão doses progressivamente maiores, ainda para descobrir se o tratamento não apresenta altos riscos. 

Os médicos também examinarão os pacientes para verificar se as células-tronco conseguiram restaurar as células do cérebro e se o estado de saúde deles melhorou. 

O tratamento experimental recebeu críticas porque usou células cerebrais de fetos para gerar as células-tronco, mas os criadores do projeto alegam ter recebido aprovação ética do órgão regulador da medicina no Reino Unido e dizem que apenas um pequeno número de fetos foi usado nos primeiros estágios da pesquisa e agora eles não seriam mais necessários. 

O primeiro grupo de pacientes a receber o tratamento experimental é formado por homens acima de 60 anos que não apresentaram melhora de seus sintomas ao longo de vários anos. 

Ter um grupo de pacientes com critérios tão limitados permite que médicos e cientistas comparem melhor qualquer avanço em seu estado de saúde, mesmo nos estágios iniciais da pesquisa. 

Se os testes obtiverem bons resultados, os cientistas pretendem levar adiante estudos envolvendo grupos maiores de pacientes, daqui a dois anos. 

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/bbc

domingo, 14 de novembro de 2010

Ibama multa Natura em R$ 21 milhões por uso ilegal da flora

O Ibama multou em R$ 21 milhões a Natura, uma das maiores fabricantes nacionais de cosméticos, por usar recursos da biodiversidade brasileira sem autorização.

Segundo o site Ig, as multas fazem parte de um pacote de autuações de R$ 100 milhões, aplicado a várias empresas nacionais e estrangeiras e resultado de investigação do Ministério Público Federal do DF.

A Natura pertence a Guilherme Leal, candidato a vice-presidente na chapa da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

Segundo Rodolfo Guttilla, diretor de Assuntos Corporativos da Natura, a empresa recebeu 64 autos de infração no último dia 3 e vai recorrer.

Guttilla diz que as multas se devem a "entendimentos diferentes" sobre o processo de autorização para acesso a recursos genéticos.

O tema é regulado por uma Medida Provisória de 2001, que foi alvo de críticas dos cientistas, mas que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) nunca conseguiu alterar.

Pela regra atual, qualquer acesso a espécies da fauna e da flora brasileiras para pesquisa depende de uma autorização prévia do CGen (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético).

Para um produto ser colocado no mercado, é preciso além disso a anuência do provedor (seja o governo ou uma comunidade tradicional ou indígena) e um contrato de repartição de benefícios.

A Natura diz que 100% de seus produtos têm repartição de benefícios. Mas diz que não pode esperar dois anos por uma autorização de pesquisa do CGen. "Dois anos é o ciclo de vida de um produto no mercado", diz Guttilla.

A situação, diz, ficou mais grave em 2007, quando o conselho, ligado ao MMA, suspendeu a análise dos pedidos de pesquisa da Natura.

Uma das 64 multas se refere à pesquisa de aromas de uma planta coletada dentro da fazenda da Natura em Cajamar (interior paulista).

"Estão extrapolando os limites da racionalidade econômica", reclamou.

Procurado pela Folha no começo da noite de ontem, o Ibama não se manifestou. A assessoria de imprensa do órgão afirmou que não conseguiria localizar ninguém para comentar o caso, por ser sexta-feira à noite.

O presidente do CGen, Bráulio Dias, também não pôde ser localizado até o fechamento desta edição. 

Texto adaptado:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Brasil gasta como países desenvolvidos, mas não gera lucro com ciência

O Brasil já gasta tanto com ciência quanto a Espanha ou a Itália, mas ainda está atrás de ambas na sua capacidade de transformar esse dinheiro em resultados palpáveis. 

Essa é a conclusão de um novo relatório da Unesco, que é divulgado de cinco em cinco anos. Entre 2002 e 2008, os anos utilizados como referência, o investimento em pesquisa no país passou de R$ 25,5 bilhões para R$ 32,7 bilhões. 

Esse foi um dos fatores que fizeram a produção científica brasileira pular de 12 mil artigos científicos para 26 mil nesse período. 

A outra causa, na opinião de Hugo Hollanders, especialista holandês em inovação que é um dos responsáveis pelo relatório da Unesco, foi a evolução da internet, especialmente da banda larga, que permitiu a difusão mais rápida do conhecimento entre os pesquisadores dos países em desenvolvimento.

"A ciência mundial era dominada por Europa, Japão e EUA, mas o mundo está se tornando gradualmente multipolar. Coreia, Brasil, China e Índia estão desenvolvendo as suas potencialidades, ainda que a África continue atrasada em relação às outras regiões", disse Irina Bokova, diretora-geral da Unesco. 

A situação asiática, porém, é melhor do que a brasileira. Hollanders lembra que "nos últimos cinco anos, muitos líderes acadêmicos americanos e europeus têm recebido convites de trabalho e vultosos orçamentos de pesquisa em universidades do Leste Asiático". 

O grande problema do Brasil, porém, é escorregar na hora de tirar a pesquisa da universidade e levá-la às empresas, diz o relatório. Três quartos dos cientistas do país estão nas universidades, quase sempre públicas -nos EUA, quase 80% deles trabalham na iniciativa privada. 

Existem exceções, como a pesquisa tecnológica no setor aeronáutico e no campo (o cultivo de soja e a produção de etanol, por exemplo), mas, em geral, as empresas brasileiras investem relativamente pouco em inovação. 

Além disso, as empresas do país reclamam da falta de trabalhadores qualificados, especialmente em áreas ligadas à engenharia. Isso acontece porque o país começou a investir tarde em formação avançada. 

Com universidades muito jovens (a Unicamp, por exemplo, tem menos de 50 anos), o Brasil pode gastar até mais do que países europeus (com universidades mais velhas que o Brasil), mas vai precisar esperar alguns anos ainda até ter uma massa crítica de cientistas. 

O consolo é que, entre a os países em desenvolvimento, o Brasil vai bem. O resto da América Latina está cientificamente estagnado. Na África, alguns países até crescem rapidamente, como Angola e Nigéria, mas partindo de atividades pobres em pesquisa, como a mera extração de petróleo com técnicas consagradas. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

Grilo bate recorde dos insetos por ter os maiores testículos

Se fosse humano, até poderia estar se gabando. Mas, nesse caso específico, passou batido entre seus semelhantes o reconhecimento de um grilo possuir os maiores testículos. 

Os testículos do pequeno inseto representam 14% de sua massa corporal. Se a mesma proporção fosse aplicada a um homem, seria o equivalente a vários sacos de açúcar totalizando cerca de dez quilos.

O estudo, publicado na revista "Biology Letters", é parte de uma investigação sobre as consequências evolutivas sexuais e envolveu a análise de 21 tipos de grilos.

Com testículos maiores, os machos podem produzir mais esperma e aumentar suas chances de passar seus genes para frente. 

Essa mesma adaptação feita pelos grilos da espécie Platycleis affinis é vista entre comunidades de chipanzés, em que as fêmeas normalmente fazem sexo com todos do sexo oposto --para se destacar, os machos se tornaram recordistas e acabaram desenvolvendo os maiores testículos entre o grupo de grandes macacos. 

Mas um dos pesquisadores aponta uma diferença sobre os grilos estudados. Embora tenham testículos grandes, era baixa a quantidade de esperma. "Nosso estudo mostra que temos que repensar algumas suposições", disse o pesquisador Kames Gilbert, de Cambridge, sobre a tendência de se pensar que machos desenvolvem testículos maiores quando vivem em grupos com fêmeas promíscuas. 

Segundo Gilbert, possivelmente a natureza dotou esse grilo com grandes testículos e pouco esperma para permitir o acasalamento sem reservas. 

Essa especulação pode ter um fundo de razão. O grilo estava pronto para ter outras relações sexuais depois de uma hora, enquanto outras espécies com testículos menores demoraram até cinco dias para se recuperarem. 


Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bióloga que teve perna arrancada por jacaré volta à Amazônia

Menos de um ano após ter a perna arrancada por um jacaré na Amazônia, a bióloga paulista Deise Nishimura, 24, volta nesta segunda-feira para o local onde foi atacada. Ela vai retomar sua pesquisa com botos cor-de-rosa da região. 

Em 30 de dezembro, quando limpava peixe na varanda da casa flutuante onde morava, em uma reserva florestal isoladas no Alto Amazonas, foi atacada por um gigantesco jacaré-açu. 

A região tem uma dos maiores populações desses répteis do Brasil, com cerca de 90 animais por habitante.

O jacaré-açu, que é o maior predador da América do Sul e pode chegar a seis metros de comprimento, pulou cerca de um metro para alcançá-la. 

O bicho a levou para o fundo do rio com aproximadamente três metros de profundidade e arrancou sua perna. 

Deise só conseguiu escapar porque se lembrou de um documentário que havia visto na televisão.
"Eles falavam que a parte mais sensível do tubarão era o nariz. Eu imaginei que também fosse assim com o jacaré. Então, quando e encontrei duas aberturas na cabeça dele, que eu não sei se eram os olhos ou o nariz, apertei com toda força", diz. 

Já refeita do susto, ela fala em tom de brincadeira: "Foi com tanta força que eu até quebrei minha unha."
Depois de se livrar do animal, a bióloga conseguiu se arrastar com dificuldade até o deque onde ancoravam os barcos e gritou por socorro durante alguns minutos. Em vão. Ninguém estava por perto. 

"Quando eu percebi que a água estava muito vermelha por causa do sangue, imaginei que poderia atrair mais jacarés. Tinha de sair dali." 

Ela precisou se arrastar mais até a casa e pedir socorro por rádio. Cerca de 15 minutos depois, dois guias de uma pousada local apareceram para socorrê-la. 

O jacaré que atacou a pesquisadora era conhecido no rio. Deise já havia tirado algumas fotos do animal, que costumava dormir bem embaixo da casa flutuante. 

Ao ficarem sabendo do ataque, moradores de uma comunidade ribeirinha da região mataram o animal e recuperaram a perna da cientista. Mas, pelo tipo de lesão e pelo tempo passado desde o ataque, os médicos decidiram não a reimplantar. 

Apesar do trauma, Deise fala com tranquilidade, normalmente sorrindo, sobre o episódio. "Ainda estou aprendendo a fazer as coisas, realmente me adaptando à nova realidade. Às vezes não é fácil, mas eu não quero que sintam pena de mim. Quero ser um exemplo de superação", diz a cientista. 

No fim de semana, ela foi ovacionada ao contar sua história em uma das palestra do TEDx Amazônia, um evento que reuniu mais de 400 pessoas e 50 palestrantes em Manaus. 

Foi a primeira vez que a bióloga retornou à Amazônia desde o incidente. 

Nessa segunda-feira, ela volta para o local do ataque, onde ficará mais um mês trabalhando com o monitoramento de botos cor-de-rosa. 

Ela tem planos de voltar definitivamente para a reserva onde foi atacada. 

Texto adapatado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Chip devolve visão a cego

Cientistas da Alemanha implantaram um chip atrás de um das retinas do finlandês Mikka Terho e ele afirma ter voltado a enxergar.

Terho, que sofre de uma rara doença hereditária chamada retinite pigmentosa, começou a ficar cego durante a sua adolescência.

O chip é um apenas um protótipo que fornece avisos visuais, mas os pesquisadores estão tão entusiasmados com os resultados que já pensam em realizar testes no Reino Unido.

O comitê de ética britânico aprovou testes com 12 pessoas no país, que serão realizados em Oxford e em Londres.

Essa não é a primeira vez que chips são usados para recuperar a visão. Em outros experimentos, uma câmera montada em óculos envia informações para chips implantados na retina.

Porém, o experimento com o chip alemão promete usar os olhos dos próprios cegos para fazê-los enxergar novamente.

Texto adaptado de: http://www.bbc.co.uk/portuguese

Espanha inaugura 1º laboratório de órgãos bioartificiais com células-tronco

A Espanha, líder nos transplantes de órgãos humanos, inaugurou nesta terça-feira em Madri um laboratório pioneiro na criação de órgãos bioartificiais com células-tronco. 

"Trata-se do primeiro laboratório do mundo destinado a produzir órgãos bioartificiais com células-tronco adultas para transplantes", assegurou a ministra da Ciência e Inovação, Cristina Garmendia. 

O objetivo é esvaziar os corações e outros órgãos humanos inaptos para transplantes de seu conteúdo celular e "recelularizá-los com células-tronco do paciente que possam reconstruir o interior do órgão", explicou o médico Francisco Fernández Avilés, chefe do serviço de cardiologia do hospital Gregorio Marañón, que abriga o novo laboratório.

A criação de órgãos artificiais é uma terceira via que se acrescenta ao transplante de órgãos humanos e o implante de órgãos artificiais, explicou, por sua vez, Rafael Matesanz, diretor da Organização Nacional de Transplantes. 

Segundo ele, o transplante deste tipo de órgãos, que poderá acontecer entre cinco e dez anos, acabaria com dois problemas. 

Um deles é a falta de doadores ou de órgãos idôneos para o transplante e o outro é a rejeição do órgão transplantado por parte o paciente, já que as matrizes são inertes e não possuem nenhuma capacidade de resposta imunológica. 

O objetivo deste laboratório é criar um banco de matrizes, que podem ser conservadas durante meses e com as quais serão construídos novos órgãos à medida da necessidade dos pacientes. 

A Espanha é líder mundial na doação de órgãos para transplantes desde 1991 e tem o melhor modelo de transplantes do mundo. 

Além disso, a Espanha faz parte do chamado "G-4" da medicina regenerativa, junto com os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. 

Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia

Pesquisadores divulgam registro de bebê brontossauro corredor

Moeda é colocada na pegada do bebê dinossauro encontrada nos EUA; animal tinha tamanho equivalente ao cachorro pub.

Pegadas de um bebê dinoussauro feitas há 148 milhões de anos foram encontradas próximas à cidade de Morrison, no Colorado (EUA). De acordo com cientistas, o animal seria do tamanho de um cachorro pequeno, como o pug, e provavelmente estaria correndo. 

O diretor do Museu de História Natural Morrison, Matthew Mossbrucker, pesquisador do grupo responsável pela descoberta, afirma que as marcas fósseis são de dois saurópodes (dinossauros herbívoros gigantes, de pescoço longo e conhecidos como brontossauros). Um deles seria um adulto e possivelmente pai ou mãe do bebê dinossauro. 

As pegadas feitas pelo bebê eram do tamanho de uma caneca e, para a surpresa dos pesquisadores, seriam apenas de patas traseiras --as marcas adultas mostram as patas dianteiras. 

Segundo Mossbrucker, é possível que, enquanto o dinossauro corria, as patas traseiras tenham apagado a marca deixada pelas dianteiras ou talvez ele andasse só sobre as patas de trás. 

"Nós nos questionamos há mais de um século se saurópodes podiam ficar em pé nas patas traseiras", disse Mossbrucker. "Aparentemente eles podem, e os jovens conseguem até correr." 

Estudos estão a caminho para entender a biomecânica do saurópode de Morrison e como a aparência de um bebê saurópode corredor pode parecer. 

A descoberta foi anunciada no encontro anual da Sociedade de Geologia Americana, em Denver, também no Colorado. 

Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia