O que parecer ser uma flor branca comum pode
carregar um conteúdo extraordinário em suas pétalas: o mais longo genoma já
encontrado.
Pesquisadores do Jardim Botânico Kew, em Londres,
anunciaram na quinta-feira a descoberta na flor Paris japonica, que
supera o recorde do peixe pulmonado africano (nome científico, Protopterus
aethiopicus). "Estamos realmente surpresos", disse a pesquisadora
Ilia Leitch, do laboratório de Kew.
Leitch e equipe suspeitam que a planta pode ter
um código genético equivalente a 91 metros.
O genoma é um conjunto completo do DNA de um ser
vivo. O comprimento de um genoma é tipicamente medido pelo número de bases que
possui, sendo cada par a base de um DNA.
Para termos comparativos, o genoma humano tem
cerca de 3 bilhões de bases e mede aproximadamente 1,8 metro de extensão. No
caso do peixe pulmonado africano, há 130 bilhões de bases. Na flor, esse número
é maior: 150 bilhões distribuídos em 30 centímetros.
Os geneticistas dizem que o achado mostra como é
diverso o código genético --o minúsculo parasita de mamíferos Encephalitozoon
intestinalis carrega aproximadamente 2.300 bases.
Não é claro, contudo, por que as variações
ocorrem, e grandes genomas não significam necessariamente um organismo mais
complexo. Certos genes levam a algumas características, como a cor loira dos
cabelos, e outros não.
Ela acrescenta que geneticistas
ainda discutem por que alguns seres possuem DNAs não codificados, e que a flor Paris
japonica pode colaborar com o debate. "É uma pergunta que tem
intrigado os cientistas há tempo", completa.
Texto adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/811952-flor-japonesa-pode-ter-o-maior-genoma-ja-encontrado-diz-cientista.shtml
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