O ritmo vertiginoso com que os computadores ficam
mais rápidos chegou ao mundo do sequenciamento (leitura) de DNA. No ano
passado, havia menos de dez genomas humanos decifrados. Quando 2011 terminar,
serão mais de 30 mil -por baixo.
A estimativa, considerada conservadora, foi feita
pela revista científica "Nature" após ouvir mais de 90 centros de
pesquisa genômica mundo afora. Só até o fim deste mês, a conta deve chegar a
2.700 genomas.
Um artigo científico na "Nature" desta
semana serve como um aperitivo do que está por vir. Um consórcio internacional,
o Projeto 1.000 Genomas, coordenado por David Altshuler, do Hospital Geral de
Massachusetts (EUA), publica dados do genoma de 179 indivíduos dos cinco
continentes.
A batelada de pessoas incluídas na pesquisa tem
uma justificativa simples: achar variantes raras de DNA. A questão é que,
embora pareça haver um componente genético forte em problemas comuns, como
diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares, é quase impossível achar
genes associados a esse tipo de doença.
Os pesquisadores apostam que isso se deve ao fato
de que o risco genético de tais doenças vem de uma miríade de mutações raras,
cuja ação se soma e acaba desembocando na tendência hereditária a dado problema.
O consórcio internacional parece ter dado um
passo importante para colocar a ideia à prova: eles identificaram 8 milhões de
trocas de uma única "letra" química de DNA, até então desconhecidas,
bem como 1 milhão de pequenas adições ou inserções de "letras" no
genoma.
Ainda não há leituras de genomas inteiros de
indivíduos brasileiros, embora já tenha sido sequenciado o DNA de um tipo de
tumor.
Texto adaptado de:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/
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