A Espanha, líder nos transplantes de órgãos
humanos, inaugurou nesta terça-feira em Madri um laboratório pioneiro na
criação de órgãos bioartificiais com células-tronco.
"Trata-se do primeiro laboratório do mundo
destinado a produzir órgãos bioartificiais com células-tronco adultas para
transplantes", assegurou a ministra da Ciência e Inovação, Cristina
Garmendia.
O objetivo é esvaziar
os corações e outros órgãos humanos inaptos para transplantes de seu conteúdo
celular e "recelularizá-los com células-tronco do paciente que possam
reconstruir o interior do órgão", explicou o médico Francisco Fernández
Avilés, chefe do serviço de cardiologia do hospital Gregorio Marañón, que
abriga o novo laboratório.
A criação de órgãos artificiais é uma terceira
via que se acrescenta ao transplante de órgãos humanos e o implante de órgãos
artificiais, explicou, por sua vez, Rafael Matesanz, diretor da Organização
Nacional de Transplantes.
Segundo ele, o transplante deste tipo de órgãos,
que poderá acontecer entre cinco e dez anos, acabaria com dois problemas.
Um deles é a falta de doadores ou de órgãos
idôneos para o transplante e o outro é a rejeição do órgão transplantado por
parte o paciente, já que as matrizes são inertes e não possuem nenhuma
capacidade de resposta imunológica.
O objetivo deste laboratório é criar um banco de
matrizes, que podem ser conservadas durante meses e com as quais serão
construídos novos órgãos à medida da necessidade dos pacientes.
A Espanha é líder mundial na doação de órgãos
para transplantes desde 1991 e tem o melhor modelo de transplantes do mundo.
Além disso, a Espanha faz parte do chamado
"G-4" da medicina regenerativa, junto com os Estados Unidos, Canadá e
Reino Unido.
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